Carro contra pedestre
10/05/12 12:03Quando se falava em implantar a lei da Cidade Limpa, eu tinha as maiores dúvidas.
Aquilo não seria para valer. Impossível fiscalizar. Não ia modificar muito a paisagem, feia para sempre, de São Paulo. Representaria um golpe violento e brusco sobre um setor que gerava empregos.
Bem, a coisa deu certo. Seria bom saber o que aconteceu com o pessoal que trabalhava com outdoors. Mas o descanso visual proporcionado pela Cidade Limpa é inegável.
Faço uma sugestão para o próximo prefeito.
Que tal o “Rua Limpa”, ou qualquer outro nome parecido?
Seria uma coisa capaz de desagradar muito no começo, mas acho que o resultado final compensa.
Acho que temos de “limpar” várias ruas da presença dos automóveis.
Pegue alguns quarteirões da Vila Madalena, por exemplo, depois das 18h.
É evidente que as mesas dos bares nas calçadas, lotadas de gente, estão sendo espremidas pelos ônibus e carros que passam por ali.
Feche-se o trânsito dessas ruas.
Com o movimento do comércio em alguns lugares, já não há mais espaço para os pedestres circularem, por exemplo, na Teodoro Sampaio.
Poderiam deixar só duas faixas para ônibus e acabar com estacionamento na calçada. Os usuários de automóvel poderiam deixar seus carros em bolsões de estacionamento. Sem carros, os ônibus andariam mais depressa.
Todos falam em priorizar o pedestre e o transporte coletivo, mas ninguém quer mexer com quem usa carro. Acho que não é mais possível conciliar carro e ônibus, carro e pedestre, em muitos lugares da cidade.
Claro que a reclamação de quem usa carro será grande. Claro que essas proibições poderiam vir de forma gradual.
O ganho de bem-estar com mais zonas de pedestres só será reconhecido depois da implantação da coisa –como ocorreu com a Cidade Limpa.
Parabéns pela sugestões, Marcelo. ´Bons exemplos – por terem aspectos positivos, mas também negativos – são os calçadões do centro da cidade (Barão de Itapetininga, Rua Direita, etc.).
Imagino que quando essas ruas foram interditadas aos carros, no início dos anos 70, o trânsito nelas era ruim, mas não tão ruim como nas ruas sugeridas por você.
Parte dos comerciantes reclama desses calçadões até hoje, e há quem diga que eles contribuíram para a decadência do centro. Mas fico imaginando o que seria o centro sem eles, provavelmente um lugar sem uma rua agradável.
Verdade Marcelo! Ouvi um comentário bem
interessante do Léo Jaime que disse mais ou menos isso: “hoje qualquer pessoa pode ter um carro (sonho de consumo antes realizável por poucos); no entanto vc. tem carro prá ficar parado no trânsito”.
Eu digo mais: as pessoas não abrem mão desse falso “status”, e pior, não têm educação prá usufruí-lo. A “tal” da globalização me dá nos nervos, na maioria das vezes. É uma sequência de fatores que levam a sociedade ao consumismo desenfreado. Mas políticas públicas para educá-la, não existem; ao contrário, os maus exemplos sempre nos chegam através do
poder dos políticos, ricos, “novos ricos”, e daí por diante. Ufa, que velhota chata né?
Chato é o trânsito, Mirian!
A limpeza maior, com a devida desinfecção, precisa começar pela caríssima Câmara de Vereadores, passando pelas prefeituras até chegar ao Congresso Nacional, com a finalidade de tirarmos de circulação, o atraso maior da vida brasileira, proporcionado por levas seguidas de políticos indigentes, que priorizam a rés-própria no lugar da rés-pública. Esses monstrengos que enriquecem à custa dos impostos pagos mediante o suor do rosto de cada um dos eleitores , que somos quase todos, que precisamos perder de vez o medo de enfrentar a participação em TODAS as decisões para que elas venham de encontro com nossas reais necessidades. Eu espero, francamente, que, desde o brasileiro mais humilde ao mais esclarecido, em razão (também) da campanha eleitoral que se aproxima, sejamos juntos e justos, capazes de , finalmente, separaramos a marketagem e a picaretagem da sinceridade de propósitos de cada um dos candidatos, votando melhor e fazendo-os entender por urnas, um lugar de respeito e não um depósito fácil ou passaporte especial para oportunistas e estelionatários que há muito não fazem falta ao sentido que pretendemos destinar para nossa qualidade de vida. Claro que transporte e circulação fazem parte de nossos interesses, bem assim um sistema de saúde de qualidade; igualmente uma concepção de educação com cultura para melhor atender às vocações individuais visando precipuamente o crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional e não essa máquina gigantesca e improvisada de moer e cuspir vidas para atender aos modismos do mercado. O brasileiro está suficientemente maduro para almejar muito mais que veículos, geladeiras e gambiarras governamentais para encobrimento do atraso proporcionado pelo tanto de dinheiro público jogado no lixo junto com a nossa fé e com nosso direito supremo e indelegável à felicidade. E o sofridíssimo povo brasileiro, merece e precisa ser muitíssimo mais feliz.
Ontem por volta das 19 horas precisava chegar no final da Teodoro, mas acabei desistindo, por que havia um congestionamento enorme.
Caro Marcelo Coelho, boa tarde…
Outra medida que poderia ser tomada pelo próximo prefeito: carros-gigantes-tipo-vagão-de-trem não poderiam circular em todos os horários.
Estes trenzoes ocupam muito espaço… e a título de curiosidade: na garagem do meu prédio, projetada para carros dos anos 70/80, não tem espaço para o meu golzinho. Para entrar no carro, preciso encolher a barriga ou perder uns 30 quilos.
Abração
rs… Acho que esses carros finalmente estão passando de moda. Agora tem os minis, caríssimos aliás.