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Marcelo Coelho

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Jobim e a Comissão da Verdade

Por Marcelo Coelho
16/05/12 17:14

O ex-ministro Nelson Jobim parece sempre estar em busca de alguma condecoração por bons serviços à memória do regime autoritário. O problema é que ele acaba pondo mais lenha na fogueira que pretende apagar.
Suas declarações a respeito da Comissão da Verdade seriam ingênuas do ponto de vista político, não fossem de uma evidente esperteza, e seriam espertas, não fossem um completo desastre.
Segundo reportagem publicada hoje na Folha, Jobim “disse que o acordo que viabilizou a criação da comissão previa que ações da esquerda armada também seriam investigadas.”
“Esse foi o objeto do acerto na época da redação do texto da lei [que criou a comissão]”, continuou.
Sim, pode até ter havido um acordo desses –coisa que seu colega de ministério na época, Paulo Vannucchi, contesta.
A questão é que, mesmo havendo um acordo desses, sua validade incide sobre o texto da lei aprovada.
Os membros da comissão têm de respeitar o texto da lei –mas não têm de seguir um acordo do qual não tiveram conhecimento.
Vão fazer o seu trabalho com a autonomia que lhes foi garantida; seu trabalho será avaliado segundo o que estava previsto na lei.
Imagine-se, depois de dois anos de apuração, a quantidade de crimes ainda por resolver –deste lado, daquele, daquele outro. Será sempre possível acusar a Comissão da Verdade de não ter sido imparcial. E também acusá-la de ter omitido vários crimes da ditadura. Quantos não irão sobrar depois das apurações? Mas não há como acusar a Comissão de romper um acordo do qual nenhum de seus membros participou.

About Marcelo Coelho

Marcelo Coelho nasceu em São Paulo, em 1959. Estudou Ciências Sociais na USP. Escreve semanalmente no caderno "Ilustrada", da Folha de S. Paulo, e publicou, entre outros, "Crítica Cultural: Teoria e Prática" (Publifolha) e "Patópolis" (Iluminuras)
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Comentários

  1. marcos nunes comentou em 18/05/12 at 16:18

    Hoje de manhã mesmo eu me aborreci profundamente com um motorista de táxi reacionário e disposto e vomitar em meu ouvido elogios à ditadura, em paralelo às críticas contra o “governo mais corrupto da história”. Triste. Dá vontade de chorar no sentido inverso do choro da presidente: persiste um contingente apreciável de pessoas que não entende o que foi e o que fez a ditadura militar no Brasil, seus fatais desdobramentos e o absurdo da autoanistia promulgada para livrar torturadores e assassinos de prestar contas à História.

    Abaixo, endereço da postagem de minha esposa no blog dela, sobre o mesmo assunto, em:

    http://rachelsnunes.blogspot.com.br/2012/05/imposicao-da-mentira.html

  2. Osmar Dilama comentou em 17/05/12 at 16:02

    A Comissão da Verdade já identificou três centros de tortura na cidade de São Paulo: O trânsito, o transporte público e o lixo nas ruas.
    http://www.osmardilama.com.br

  3. Macabeu Gedeão comentou em 17/05/12 at 15:32

    Qual o problema em julgar esquerdistas que queriam fazer de Banânia uma grande Albânia.

  4. Daniel comentou em 17/05/12 at 11:17

    Marcelo, qual seria o problema de julgar os ativistas de esquerda que pegaram em armas e também tiraram vidas inocentes ?

    • Álvaro comentou em 18/05/12 at 14:08

      Os ativistas que “pegaram em armas e tiraram a vida de inocentes” lutavam contra uma ditadura, Daniel. Os “inocentes” mortos devem ser pouquíssimos. Os que tomaram o poder à força cometeram um crime, você não acha? E esses criminosos, num segundo momento, montaram um aparato paraestatal para torturar e matar. O general Staufenberg teve a coragem de organizar uma atentado contra Hitler. Uma bomba deixada por Staufenberg sob uma mesa de reunião do alto comando nazista deixou Hitler muito ferido e matou 2 ou 3 altos comandantes nazistas. Você acha que Staufenberg deveria ser julgado e condenado pelas mortes ou condecorado por bravura? Uma coisa é uma coisa, Daniel; outra coisa é outra coisa. A sua pergunta é bastante ingênua.

      • Daniel comentou em 18/05/12 at 16:24

        “Pouquíssimos” inocentes mortos continuam sendo “mortos”. Se o sr. deseja vingança boa sorte. A justiça é para todos.

    • Álvaro comentou em 18/05/12 at 14:41

      Dei um Google em Staufenberg e descobri que a grafia correta é Stauffenberg, que sua patente era coronel, que 4 oficiais foram mortos no atentado e, principalmente, que Claus Stauffenberg é considerado pelas forças armadas alemãs herói da pátria. As coisas só vão estar bem por aqui quando Carlos Lamarca for considerado pela Exército Brasileiro herói da pátria, que é o que ele de fato foi.

      • Marcelo Coelho comentou em 18/05/12 at 15:22

        Obrigado, Álvaro!

      • Daniel comentou em 18/05/12 at 16:26

        Com certeza, um grande herói. Não dá pra ouvir uma asneira dessas.

      • Daniel comentou em 18/05/12 at 16:30

        Olha seu herói:
        Durante a operação, Lamarca mata com dois tiros o guarda civil Orlando Pinto Saraiva,[18] quando este tentava impedir o assalto tentando atingir o sargento Darcy, companheiro de fuga de Quitaúna, na saída do banco.[17] O guarda civil Orlando Pinto tinha 27 anos, era casado e tinha uma filhinha de 5 meses quando foi assassinado por Lamarca, cerca de 1000 pessoas foram ao seu enterro.[19], virou patrono da turma de formados do Curso de Formação de 9º Batalhão Policial da Força Pública de 1969 [20]

        • Álvaro comentou em 19/05/12 at 17:08

          Lamarca também tinha família, Daniel. Esposa, filha, mãe, pai, irmãos. Lamarca foi perseguido e assassinado. Os milhares que gostariam de ir ao enterro dele, por alguma razão não puderam comparece… Essa história tem 2 lados: em um dos lados estão Lamarca, Dilma Rousseff, Lula, Betinho, Frei Tito e milhares de outros, que todos sabemos quem são. Do outro, Sérgio Paranhos Fleury, Harry Shibata, Carlos Alberto Brilhante Ustra e milhares que ainda não foram identificados. Escolha um dos lados, Daniel.

    • Marcelo Coelho comentou em 18/05/12 at 15:27

      É, eu acho que muita coisa poderia ser investigada nessa área também, mas a impunidade real, a arrogância real, o poder de Estado real estavam nas mãos do outro lado, e essa é a prioridade para mim. Quem participou da guerrilha se arrepende e não esconde o fato. Os torturadores da ditadura não se arrependem e escondem o fato.

      • Daniel comentou em 18/05/12 at 16:44

        Isso é verdade Marcelo, os torturadores tem culpa com certeza, mas também não devemos endeusar, mitificar gente como o Lamarca.

  5. Mirian comentou em 17/05/12 at 11:10

    Pois é Marcelo. É assim mesmo que eu vejo funcionando essa “comissão da verdade”. A propósito, vi há alguns dias atrás, um documentário em que uma ativista de esquerda durante a ditadura da Argentina,SOBREVIVENTE, apesar de não saber explicar como, dá seu depoimento. E ela diz uma coisa que me chamou à atenção: Os crime de ditadura,
    deveriam ser punidos, imediatamente ou conjuntamete com a volta da democracia; que hoje, apurar esses crimes no Brasil, por exemplo, seria tarde demais. Dá prá pensar não é mesmo? E, pensando profundamente, não dá prá acreditar em
    apurações que não sejam parciais. Será que vivo até esse processo acabar? Não acredito… Estou sempre interessada no assunto, porque eu não LI sobre a ditadura, EU VIVI. E tudo que tenho vivido até hoje no aspécto político, só me causa decepção, em todas as esferas. Não que eu não acredite nas intenções sérias de poucos. Mas são muito poucos messsssmo…

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