Sobrevivência e banalização do "Grito"
16/05/12 14:17Eis um trecho do que escrevi hoje sobre “O Grito”, de Edvard Munch.
Não tenho certeza se “O Grito”, de Edvard Munch, aguenta a superexposição que lhe aconteceu nos últimos tempos.
Desde o espetacular arremate do quadro, num leilão no começo do mês, vê-se “O Grito” em toda parte.
Serve de símbolo, entre outras coisas, para o “Veta, Dilma”; funciona bem quando uma revista semanal quer falar da alta de preços ou da corrupção; pode ser posta no “Facebook” como retrato de qualquer usuário que se sinta atulhado de compromissos ou tonto com muitas chamadas no celular.
Nesse sentido, “O Grito” é bem o contrário da “Mona Lisa”. Qualquer significado “cola” no quadro de Munch, porque não faltam motivos para um ser humano dar seus gritos de desespero de vez em quando.
Nenhum rótulo funciona direito na “Mona Lisa”. Como disse o crítico Walter Pater (1839-1894), ela “é mais antiga do que as rochas entre as quais está posando”.
Assinantes do UOL podem ler a íntegra aqui.
Segue outro quadro de Edvard Munch, para variar um pouco.
Lembrei agora dos usuários da Apple incomodados com a “orkutização” do instagram…. só mudou de tecnologia para arte, mas a essência é a mesma.