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Marcelo Coelho

Cultura e crítica

Perfil Marcelo Coelho é membro do Conselho Editorial da Folha

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Para Roma ,com Amor

Por Marcelo Coelho
24/07/12 18:29

No final de “Para Roma, com Amor”, um personagem declara que seremos descontentes de qualquer jeito: se ricos e famosos, ou se pobres e anônimos. Mas, acrescenta, entre os dois, é melhor ser rico e famoso.
A frase fica valendo mais ou menos como uma moral da história; nada parece contestar, na prática, o que foi dito. Ao mesmo tempo, desperta uma inconformidade no espectador. “Não, não pode ser assim”; acabamos de ver, em várias cenas onde a influência de Fellini é bem marcante, a futilidade, o absurdo e o desconforto que há nas perseguições dos “paparazzi” e dos repórteres de televisão.
Haveria algo mais a ser procurado na vida, afinal de contas. Mas, sem dúvida, não o amor. Mais uma vez, os personagens de Woody Allen se mostram incapazes de resistir às tentações do instante, e se descobrem apaixonados de uma hora para outra, mesmo quando tinham certeza de que não se deixariam cair nessa esparrela.
A maneira como se dão esses encantamentos –a pessoa sabendo que não deveria fazer o que vai fazer de qualquer maneira—é uma das coisas mais bonitas do filme.
Liga-se a outra característica que Woody Allen vai dominando como ninguém: o poder de tornar elástico o tempo da narrativa. Determinado personagem se mete numa aventura que teria de durar várias horas, ou vários dias; só que, quando a aventura se desfaz, vemos que teriam se passado no máximo uma ou duas horas.
Essa mistura entre o sonho e o real está na base de muitos filmes de Fellini, e Woody Allen se refere a vários deles –a visita do jovem provinciano à capital, em “Roma”; os “paparazzi” de “Oito e Meio”; a oportunidade de entrar no mundo do cinema, em “A Entrevista”: e as chuvas artificiais, o microfone que aparece no quadro da filmagem, em tantas cenas semelhantes do autor de “Casanova”. São referências a Fellini bem mais felizes do que as que Woody Allen tentara fazer em “Celebridades”, um de seus piores filmes a meu ver.
Mas a irrealidade felliniana das situações e dos cenários ganha, em “Para Roma com Amor”, esse outro componente, o do tempo; eis os amores (e as celebridades) evanescentes na cidade eterna, fotografada aliás lindamente nesse filme.

About Marcelo Coelho

Marcelo Coelho nasceu em São Paulo, em 1959. Estudou Ciências Sociais na USP. Escreve semanalmente no caderno "Ilustrada", da Folha de S. Paulo, e publicou, entre outros, "Crítica Cultural: Teoria e Prática" (Publifolha) e "Patópolis" (Iluminuras)
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Comentários

  1. Gildo Araújo comentou em 02/08/12 at 10:53

    Ainda não assisti, mas se tem Ornella Muti, Ellen Page e Penélope Cruz deve ser bacana. Também gosto quando Allen “traduz” Bergman para as massas.

  2. marcos nunes comentou em 01/08/12 at 10:01

    Entendo seus comentários mas não partilho; o cinema de Woody não merece isso tudo.

  3. Fernando comentou em 25/07/12 at 7:15

    Sua análise, ao menos para mim , “melhorou ” o filme . Acho Woody Allen superior a Felini , aliás ele também “melhora” o cinema de Felini.

    • Marcelo Coelho comentou em 25/07/12 at 12:43

      Melhor assim que o contrário, né! Abraços

  4. luiz comentou em 24/07/12 at 22:22

    Marcelo, o estagiario digitou Mercelo na chamada de capa.

    • Marcelo Coelho comentou em 25/07/12 at 3:08

      Quac!

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