Peppino di Toffoli
03/08/12 12:20Quem torcia pela suspeição do ministro Toffoli, no julgamento do mensalão, certamente se surpreendeu nesta quinta-feira. Ele se alinhou com a tese dos acusadores, recusando o pedido do advogado Márcio Thomaz Bastos de que parte do processo fosse levado à primeira instância.
É só uma impressão, mas com isso Toffoli parece ter procurado “vacinar-se” contra as alegações de ser suspeito para julgar. A tendência do plenário era mesmo impedir a manobra de Thomaz Bastos. Não valia a pena para Toffoli se queimar nessa questão.
Em matéria de se julgar suspeito, Toffoli não tinha comportamento capaz de inspirar grandes expectativas.
Em junho de 2011, ele viajou para a ilha de Capri, convidado para o casamento de um advogado, Roberto Podval. A festa foi abrilhantada por Peppino di Capri Não esclareceu se foi com o próprio dinheiro, ou se, a exemplo de outros convidados, teve suas despesas pagas pelo anfitrião. Toffoli era relator de dois processos que tinham, como advogado, o noivo.
Talvez não fosse o caso de declarar suspeição nesses processos. Mas era o caso de não ir ao casamento em Capri.
Nesta quinta-feira, saiu a notícia de que, em 2006, Toffoli manifestava-se oficialmente no sentido de rejeitar as acusações do mensalão. “Acusações que jamais ficaram comprovadas”, disse ele, representando como advogado a campanha de Lula junto ao TSE.
Toffoli foi assessor de José Dirceu no Gabinete Civil entre 2003 e 2005.
Toffoli é namorado de uma das advogadas dos réus.
Não se considera suspeito para julgar o caso.
“Viram como sou isento? Até votei contra o desmembramento!”, poderá dizer se lhe perguntarem agora.
Só espero que não faça a festa de casamento em Capri. Fico pensando na lista dos convidados.
Mas, repito, isso é só impressão. Um ministro do Supremo sempre pode surpreender.
Marcelo, você como um legítimo defensor da democracia que “parece” ser, porque se cala sobre a suspeição de Gilmar Mendes? Há muitos falsos moralistas falando de impedimento, só que com cores bem definidas, não é?!!