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Marcelo Coelho

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Doze homens e uma sentença

Por Marcelo Coelho
07/08/12 18:57

Se fossem onze, poderia ser o mensalão. Felizmente não é. Trata-se de uma boa peça em cartaz no Tucarena.

Ainda sobre o título, agora que ando escrevendo minhas rabulices na “Folha”, observo um erro.

Não devia ser “Doze homens e uma sentença”. Sentença quem dá é o juiz. Dez anos de prisão, cadeira elétrica etc. O que os jurados pronunciam é o veredito.

Pois bem, são doze jurados no palco do Tucarena, discutindo um caso que parece óbvio: o rapaz pegou a faca, matou o pai com um golpe no peito, o vizinho ouviu a ameaça, viu o rapaz sair correndo pela escada, e além disso a mulher que morava em frente presenciou o crime pela janela.

Todos estão de acordo: o garoto (16 anos) merece a cadeira elétrica. Todos os jurados, menos um. Ele insiste no que diz a lei. Só condenar se a culpa do réu estiver estabelecida, acima de qualquer dúvida razoável.
Os detalhes do crime são esmiuçados, com os problemas narrativos que exige a transposição de uma situação real para o tempo teatral de uma hora e meia.
Não aproveita muito a peça (nem o filme com o mesmo argumento) quem se fixa no aspecto policial da história.
O que faz de “Doze Homens e uma Sentença” um bom programa é a teatralidade da coisa. A começar, pelo desafio de caracterizar, em pouco tempo, doze personagens diferentes, a partir de uma única pergunta: o réu é culpado ou inocente?
As brigas, os rompantes, as piadas, a seriedade de uns e a frivolidade de outros, encontraram atores ótimos nessa montagem de Eduardo Tolentino de Araújo.
Minha preferência é para Riba Carlovich, o ator careca, grande como um armário, fascistão como poucos, capaz de intimidar qualquer um –menos o “chato” que insiste na inocência do réu.

A plateia adora, o que é bom sinal. Nos tempos da peça, que deviam ser mais progressistas que os de hoje, era minoria o fascistão que quer condenar o menino porque ele não tem remédio, nasceu assim, é pilantra mesmo e mente o tempo todo.

Na peça, quando esse jurado destampa seu preconceito, todos os demais se afastam dele. Hoje em dia, a tendência geral seria já começar com o preconceito, como se fosse coisa normal, e não um desabafo dramático, em desespero de causa, de um personagem específico.

About Marcelo Coelho

Marcelo Coelho nasceu em São Paulo, em 1959. Estudou Ciências Sociais na USP. Escreve semanalmente no caderno "Ilustrada", da Folha de S. Paulo, e publicou, entre outros, "Crítica Cultural: Teoria e Prática" (Publifolha) e "Patópolis" (Iluminuras)
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Comentários

  1. CARLOS PINHEIRO JR. comentou em 09/08/12 at 10:01

    Oi, Marcelo ! A repórter Maria Eugenia de Menezes, de O Estado de S. Paulo, fez uma matéria comigo e com o Arnaldo Malheiros Filho sobre a peça, logo em seguida à pré-estréia. Foi uma entrevista conosco, em que eu analisei e expliquei as diferenças entre o sistema jurídico-penal anglo-saxão (focalizado na peça) e o nosso, de origem romana, enquanto o Arnaldo abordou o modo como situações descritas no enredo seriam julgadas à luz do nosso Direito Penal. Foi bem divertido.
    Para mim, o filme de Sidney Lumet, de 1957, continua insuperável, e a montagem teatral empalidece inapelavelmente na comparação. Mas mesmo assim, é um espetáculo interessante e absorvente. Grande abraço, Carlos
    P.S. – O Riba Carlovich, que conheço bem, é uma grande figura, com uma generosidade e uma simpatia que seu porte ameaçador não indica…

    • Marcelo Coelho comentou em 14/08/12 at 16:13

      Ah, não sabia! Vou procurar essa matéria! Cá entre nós, o filme não me encantou muito quando assisti também. É que o crime em si não dá margem a uma inversão de expectativas realmente boa…

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