Mensalão: a defesa do Bispo Rodrigues
13/08/12 14:50Continuo vendo as sessões de julgamento do mensalão. Bruno Mascarenhas Braga é quem faz a defesa do Bispo Rodrigues.
Avisa que ele não é mais conhecido por “Bispo Rodrigues”, não tendo mais atividade parlamentar nem religiosa.
Novamente, a defesa argumenta não houve compra de votos, e nenhum “ato de ofício” que caracterizasse corrupção. Carlos Rodrigues, em 2002, primeiro turno, apoiou Anthony Garotinho como candidato. Após o fim do primeiro turno foi convencido pela bancada do PL a apoiar Lula. Mesmo após o apoio, o presidente do PT regional não ofereceu ajuda financeira para o PL do Rio. Rodrigues disse que não tinha condições para arcar com as despesas de campanha no segundo turno. Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, disse que Rodrigues poderia arcar com os gastos, porque o dinheiro seria acertado depois com o PT.
Carlos Rodrigues mobilizou os 92 presidentes (municipais?) do PL no Rio, solicitando que todos apoiassem Lula. Efetuou diversas despesas de campanha, caminhão de som, santinhos etc.
Após a vitória de Lula, Carlos Rodrigues voltou a procurar Valdemar da Costa Neto para que ele solucionasse as questões financeiras pendentes. Valdemar da Costa Neto disse que naquele momento não tinha dinheiro. Em dezembro de 2003, recebeu bilhete de Costa Neto para buscar os 150 mil em espécie num endereço indicado. Combinou então que o motorista se dirigisse ao local indicado, sem nem saber que era o banco Rural. Com esse dinheiro, Carlos Rodrigues pode pagar as dívidas contraídas no segundo turno de 2002. Cabos eleitorais da campanha eram pessoas humildes, que nem tem conta em banco, razão pela qual foram pagos em dinheiro.
O advogado cita líderes comunitários que confirmam ter recebido o dinheiro apenas um ano depois da campanha, e que foram até ameaçados de morte por não estarem pagando as dívidas. “Procurei o candidato, mas quando acaba a eleição todo mundo some.”
Não houve nenhuma votação relevante em dezembro de 2003, época em que Carlos Rodrigues recebeu os 150 mil. A reforma tributária foi em 24 de setembro. A lei de falências foi em 15 de outubro de 2003. A PEC paralela foi em 17 de dezembro de 2003, sim, porém essa data, mencionada pelo procurador em sua sustentação, foi a da votação em segundo turno no senado. Na Câmara foi em 8 de julho de 2004, em primeiro turno, e em 2005, no segundo turno. Reforma da Previdência, 11 de dezembro de 2003: foi a da votação em segundo turno no Senado. A matéria já tinha sido votada na Câmara, em agosto de 2003. Por que falar nas votações do senado, quando todos os acusados são deputados federais?
O partido Liberal era governo, tinha compromisso político com o governo Lula. É claro que o PL tinha de votar favoravelmente aos interesses do governo Lula.
Eu trabalhei com deputado apoiado pelo carlos rodrigues,fiquei sem receber ate hoje.