Mensalão: a defesa de Paulo Rocha
14/08/12 16:04O advogado de Paulo Rocha, João dos Santos Gomes Filho, é de uma simpatia e de uma informalidade muito grandes, amenizando as violências de seu colega de ontem, que atacou tudo e todos para defender Roberto Jefferson.
A acusação contra Rocha, diz, limita-se ao crime de lavagem de dinheiro. A própria legislação mudou a esse respeito, mas em seus termos originais exigia a menção a um crime antecedente. Ou seja, seria preciso, inicialmente, dizer que o lavador tinha ciência de que o dinheiro tinha fonte criminosa. Mas em nenhum dos três núcleos citados pela acusação (o político, o financeiro, o publicitário), Rocha é mencionado.
O advogado rememora os fatos. O PT paraense fizera coligação com PSB e outros partidos. A campanha deixou dívidas. Onde foram cobrar as dívidas depois das eleições? Foram à sede do diretório regional. Paulo Rocha era presidente do diretório regional do PT paraense. E nessa condição foi procurado.
Rocha foi então ao diretório nacional do PT, em SP. Bateu na porta da tesouraria, falar com Delúbio Soares. Delúbio lhe disse para voltar ao Pará; estavam sendo arranjados empréstimos bancários. Os empréstimos aparecem, e Rocha diz à secretária do diretório, Anita Leocádia, para combinar o depósito com Delúbio.
Será que Paulo Rocha fez isso para usar uma interposta pessoa, disfarçando algo que soubesse ilícito? Mas Leocádia era secretária de PR. Rocha daria ordem a alguma outra pessoa? Ele usaria algum desconhecido, não a secretária.
Em lugar nenhum do mundo se lava dinheiro na própria conta. Se ele soubesse de crime anterior, quem sabe usasse uma pessoa desconhecida. Eu até aceitaria que se fosse assim poderíamos supor que Rocha soubesse do crime antecedente, argumenta o advogado.