Mensalão: a defesa do professor Luizinho
14/08/12 16:51Com uma precisão extrema, que parece até irônica de tão nítida na microscopia dos fatos, o advogado do professor Luizinho deu um bom espetáculo –longe da retórica e da bajulação de alguns de seus antecessores. Observo também que ele é um galã.
Pierpaolo Bottini conta que determinado assessor de Luizinho, José Nilson dos Santos, vulgo “Zé Linguiça”, retirou 20 mil reais do Banco Rural –não em Brasília, como diz a acusação, mas em São Paulo–, e usa o dinheiro para pagar um designer gráfico que faria camisetas para candidatos a vereador em 2004.
Esses são os fatos, diz o advogado. Ele cita a denúncia: Luizinho recebeu 20 mil, sabia da origem do dinheiro, procedeu à lavagem e participou da organização.
Luizinho foi líder do governo na Câmara dos Deputados. Mas como dizer que Luizinho foi alçado à posição de líder do governo porque compactuava com a organização criminosa? Os votos de Luizinho eram sempre de acordo com o governo, mas não por causa do dinheiro.
Utilizou-se de intermediário, diz a acusação, para retirar o dinheiro, de forma a disfarçar o ilícito da operação.
Não há elemento provando que sequer Luizinho sabia da existência desse saque. José Nilson trabalhava no gabinete de professor Luizinho, mas era militante autônomo, conhecido de Delúbio Soares.
Em junho de 2003, pergunta: haverá dinheiro para as pré-campanhas em 2004? Luizinho responde que o assunto não é com ele, é com Delúbio. Zé Linguiça diz a Luizinho: “se falar com o Delúbio, pergunta para ele”. Luizinho liga para Delúbio e pergunta. Delúbio responde: sim, vai haver dinheiro, fala para o Zé Linguiça para falar comigo.
Foi só isso. Não se falou de Banco Rural, de Marcos Valério… Em dezembro de 2003, Nilson vai a Delúbio, combina com Delúbio, vai ao banco, e gasta os 20mil com designer de camisetas e entrega-as a precandidatos do PT. Fez tudo à luz do dia, não recebeu o dinheiro em envelopes, “nem em potes, nem junto ao corpo”, diz o advogado.
Se Luizinho quisesse ocultar o recebimento para si, usaria um motoboy, um açougueiro talvez. “Se se trata de lavagem de dinheiro, trata-se da mais solene, da mais pública lavagem de dinheiro da história da lavagem de dinheiro.”
Sim, cumpre à acusação mostrar q ele é culpado. A inocência desses homens condena seus acusadores, inclusive a mídia. Maior escândalo de corrupção é Policarpo Jr., chefe de redação da Veja, o William Bonner da Veja, associado à quadrilha de Cachoeira, quase pode-se dizer, como membro dela, embora não tenha sido jugado ainda: http://www.youtube.com/watch?v=41gBbT_4jiQ
Foi bem mesmo, o advogado. Eu não ouvi a denúncia, mas parece que o trabalho do procurador não foi lá essas coisas. Deviam ter absolvido Luizinho ontem mesmo, por aclamação, pra adiantar o expediente…rsrsrs.