É loucura fatiar
20/08/12 14:29Leio, no blog de Fernando Rodrigues, a íntegra do documento apresentado ao STF pelos advogados de defesa do mensalão, pedindo esclarecimentos sobre a metodologia das próximas sessões.
Estão certíssimos.
Quando terminou a sessão de quinta-feira, entendi que fora decidido o seguinte: cada ministro fatia o seu voto, ou não, como quiser.
Mas isso não queria dizer que fosse fatiado o julgamento. Não faz sentido.
Imagine que o revisor resolva votar dizendo, em princípio, que os depoimentos da CPI não são provas válidas; isso se aplica a uma série de réus, sendo irracional colocar essa discussão só no caso do primeiro réu condenado por Joaquim Barbosa.
Inúmeras questões de doutrina podem ser discutidas isoladamente, decorrendo da discussão um veredito posterior sobre os réus.
E, com o julgamento fatiado, Peluso só terminará participando da condenação ou da absolvição de alguns réus, e não de todos, porque se aposenta antes da conclusão do julgamento.
Eu tinha entendido apenas que Barbosa queria votar do seu jeito, que segue o argumento da acusação, e pronto.
De resto, como é possível que todos os ministros concordem em reformular inteiramente seus próprios votos, na última hora?
Ou todo mundo entendeu errado a decisão, ou então o que foi decidido errado terá de ser mudado novamente.