Mais uma condenação de Lewandowski
24/09/12 15:31O caso Enivaldo Quadrado. Na CPI dos correios, o relator da comissão pergunta a Marcos Valério qual a explicação da presença da Bônus Banval nas intermediações entre ele e os deputados do PP? Porque não fazia o pagamento diretamente. “Não estávamos mais querendo sacar recursos em dinheiro vivo”, responde Marcos Valério. Então fizemos os depósitos direto na Bônus Banval.
Segundo o MP, José Janene foi o responsável pela indicação da Bônus Banval, com seus administradores Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg.
Não há provas de que as conversas de Valério com os diretores da Bônus Banval tivessem o objetivo de comprar a própria corretora. Nove encontros, nenhuma proposta, nenhum email, nenhum documento. E depois os repasses começam a ser feitos…
Quadrado determinou aos empregados da Bonus Banval que realizassem saques no Banco Rural. Total de R$ 605 mil.
Ele diz que apenas prestava favores a Marcos Valério. Diz que não houve saques em espécie, foi tudo a título de favor… foram retirados valores do Banco Rural, e entregues a Marcos Valério. Não foi saque da empresa, o cheque já estava lá à disposição de Marcos Valério. O dinheiro estava depositado no Banco Rural? pergunta a juíza. Não, diz Quadrado. “Era só pegar o dinheiro, porque o dinheiro estava disponível na tesouraria do Banco, conforme avisou a Simone Vasconcellos. Pediu que eu mandasse um funcionário com o envelope em dinheiro vivo. O envelope foi entregue a Marcos Valério, mas não sei para que era o dinheiro.”
Lewandowski considera que, apesar das assertivas, o “favor” não foi comprovado. Isso é típico de lavagem de dinheiro. Foram artifícios utilizados por Marcos Valério para dificultar a percepção da origem e do destino dos recursos.
Se não houvesse a necessidade de ocultar a origem do dinheiro, a transferência seria feita em depósito bancário, sem a retirada em espécie.
É difícil fazer-se a prova do elemento subjetivo, mas é o que se infere das circunstâncias efetivamente comprovadas.