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Marcelo Coelho

Cultura e crítica

Perfil Marcelo Coelho é membro do Conselho Editorial da Folha

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Gilmar Mendes: 5 a 2

Por Marcelo Coelho
09/10/12 17:47

 

Gilmar Mendes

 

Entre os poucos fatos consensuais dos autos foi a aproximação entre os partidos para um acordo político. O conteúdo do acordo é que ficou sob exame, até chegar-se à conclusão de que houve corrupção passiva.

Reuniões que não foram registradas em atas. Surge a questão da prova, de sua suficiência. O presente processo é formado por mais de 237 volumes.

O que importa não é a quantidade, mas a qualidade da prova.  Na maior parte dos casos, faltam as chamadas “provas naturais”. O espírito investigativo do magistrado deve achar as evidências. São como um farol para iluminar o espírito do juiz: as chamadas testemunhas mudas.

Se o homem só pudesse conhecer pela percepção direta dos sentidos, seriam bem pobres os seus conhecimentos. Entre uma coisa e outra, existem fios visíveis aos olhos do espírito.

O legislador considera o indício, a circunstância provada, como capaz de conduzir ao conhecimento dos fatos ocultos. Não há diferença ontológica entre prova direta e indireta ou indício.

Repasso estas questões para dizer que ouvi a afirmação segundo a qual atribuiu-se a certos testemunhos força superior por virem de “autoridades”. Não devem ser supervalorizados. Precisam ser avaliados em sua coerência interna e externa. A mentira trai-se em notáveis diferenças nos depoimentos dados em diversas épocas sobre as mesmas circunstâncias. A imaginação preenche diversamente as lacunas de sua narração.

É relevante o interesse pessoal do depoente. E a origem do conhecimento do declarante, se direta ou indireta.

Acompanho o relator quanto à condenação de Delúbio, Marcos Valério, Hollerbach, Cristiano Paz e Simone.

Absolvo Geiza e Adauto.

Condeno Dirceu e Genoino.

O relator não emprestou valor probatório absoluto ao depoimento de Jefferson. Colhem-se no voto do relator as declarações de outros corréus, como Valdemar da Costa Neto, Pedro Corrêa, Plauto Gouvea, Lúcio Funaro, Vadão Gomes, Maria Ângela Saragoça.

A prova oral foi cotejada com os relatórios da CPMI e do Conselho de Ética. Nem todas as pessoas fizeram menção a Dirceu, mas compõem o contexto fático-probatório capaz de montar o mosaico da situação.

Reuniões privadas não tiveram registro documental, exceto a agenda do próprio acusado.

Não é vedado ao chefe da Casa Civil realizar reuniões reservadas. A ilicitude pode advir do contexto em que os fatos se entrelaçam, quando o ministro se reúne com empresas lidando com interesses privados. Participaram das reuniões os operadores ostensivos da operação, Delúbio e Marcos Valério.

Delúbio afirma claramente que seus objetivos eram a expansão do partido e a formação da base parlamentar. O PT pretendia disputar eleições em todos os partidos brasileiros, disse Delúbio. Entrelaçavam-se interesses partidários e de governo. Marcelo Sereno tinha a responsabilidade de coordenação política do governo, conforme disse em depoimento. Tudo o que se passava no Congresso Nacional passava pela Casa Civil.

About Marcelo Coelho

Marcelo Coelho nasceu em São Paulo, em 1959. Estudou Ciências Sociais na USP. Escreve semanalmente no caderno "Ilustrada", da Folha de S. Paulo, e publicou, entre outros, "Crítica Cultural: Teoria e Prática" (Publifolha) e "Patópolis" (Iluminuras)
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