Sombras da teologia
30/04/13 17:11 Francisco Catão é teólogo, e foi frade dominicano até 1968. Já o ouvi falar uma ou duas vezes. Aos 86 anos, é de um vigor intelectual e de uma capacidade expositiva incomparáveis. Poucas vezes assisti a alguém falar com tanta clareza, com tanta eloquência, com tanto domínio verbal.
É um verdadeiro espetáculo. Os problemas mais obscuros, ou pelo menos totalmente desconhecidos para quem não é do ramo, ganham uma vida extraordinária –determinada opinião de São Boaventura ou de São Gregório Nazanzieno, sei lá de quantos séculos atrás, é apresentada como se fosse o mais emocionante filme-catástrofe. Ou filme-salvação, se é que existe o gênero.
Semana passada, na PUC de Curitiba, pude participar de um colóquio, com Francisco Catão e na mesma mesa, sobre “O Legado de Bento 16”. Não acrescentei muito ao que já andei escrevendo na Folha, e citei novamente a frase do papa ao visitar Auschwitz –“onde estava Deus naquela hora?”
Catão falou de outros assuntos, destacando a modernidade de Bento 16 em termos teológicos. Mas no final me perguntou se eu conhecia a resposta de Santo Anselmo à pergunta. Eu não fazia ideia.
Onde está Deus numa hora dessas? “Está sacrificando o próprio filho”, disse Santo Anselmo.
Teologia não é brincadeira.
Keep working ,splendid job!
I delight in, cause I discovered just what I was taking a look for. You’ve ended my four day lengthy hunt! God Bless you man. Have a nice day. Bye
Por favor, se esses encontros ocorrerem em outras PUCs, não deixe de avisar aqui no blog com uma certa antecedência.
Que encontro interessante! Gostaria de (re)ler o Novo Testamento que aprendi na escola. Somos tão errantes que, por mais que experimentemos certas lições, históricas inclusive, permitimos que elas se repitam. Refiro-me ao plano coletivo. No plano individual também, nos repetimos e nos repetimos, mesmo sem querer. Algumas pessoas são mais inteligentes que outras, mas eu me incluo na categoria dos menos inteligentes. Voltando ao plano coletivo, quantos sacrifícios serão necessários até que certos erros não se repitam mais (o que me faz lembrar de “Blowing in the wind, do Bob Dylan”)? Mudam os agentes das ações, mas não mudam as ações. Mudam os agentes e as vítimas dos genocídios, mas esses se repetem. Poxa, pelo que lembro, Jesus deu a mão a Maria Madalena, mas ainda hoje vitimamos algumas mulheres. E, além de Jesus, a história é tão rica em exemplos interessantes.
correção: pus as aspas no lugar errado… distração… “blowing in the wind”
Último comentário: interessante como a canção de ódio escrita pelo Bob Dylan, dirigida a uma determinada situação, faz lembrar a letra do Caetano. Mas para que tanto ódio? Que chato, isso! Os ódios devem ser internamente resolvidos, caso contrário, implodimos por dentro ou explodimos os outros. E há ódios tão bobos, tão mal direcionados, tão perigosamente instintivos.