Perigo ao volante
01/05/13 03:00O país, como se sabe, vai evoluindo aos poucos. Tempos atrás, uma das grandes reclamações de todo motorista era as Kombis.
Costumavam entalar-se no trânsito, nunca sabiam o próprio destino, e deviam trazer algum entrave na visibilidade do para-brisa –de modo que resfolegavam meio às cegas por ruas sempre erradas.
Pois bem, as Kombis desapareceram da cidade. Pertencem ao passado; foram igualmente esquecidos outros vilões do trânsito de 1970: as mulheres e os homens de chapéu.
As mulheres deixaram de ser minoria, tornando impossível a identificação de incompetências específicas. Quanto aos homens de chapéu, emblema de quem já está numa idade mais avançada, pode-se dizer que continuam por aí.
São os últimos que ainda reclamam das mulheres no trânsito, aliás. Trata-se de rivalidade antiga.
Mas nós, os sem-chapéu, temos outros motivos de inquietação. Não digo os motoqueiros, que a esses nos acostumamos, e bem ou mal buzinam quando passam.
Os alcoolizados estão provisoriamente sob controle. Não se pode dizer o mesmo de quem guia falando ao celular.
Com dez cervejas na cabeça, o motorista pode até estar pacificado, entregue à letargia do momento. Geralmente age em horários determinados, nos quais é de todo modo imprudente sair de casa, com bêbados ou sem eles.
Pelo menos o motorista alcoolizado usa as duas mãos. Não é assim com o usuário do celular. Usa só uma, ou então prende o aparelho entre o ombro e o pescoço, o que muda o eixo de sua orientação dentro do carro e fora dele.
Seja como for, ele está falando e ouvindo, ao contrário de quem bebeu, que fica em silêncio. Já falou e ouviu o bastante por aquela noite.
O homem do celular (há mais homens do que mulheres usando celular? Acho que sim) fala, mas não tem certeza de estar sendo ouvido. Está em relação com o seu aparelho, não com o interlocutor.
Deduzo uma regra sobre isso. Podemos nos relacionar com um ser humano e uma máquina ao mesmo tempo –tanto que conversamos bem com o passageiro enquanto estamos ao volante. Mas não com dois aparelhos ao mesmo tempo. Juntos, o carro e o celular são demais para o cérebro normal.
É assim que vemos um Audi com muitos cavalos de potência deslocando-se na transversal entre várias faixas da avenida, como se fosse um carrinho de pipoqueiro. De repente, ele arranca: acordaram-no, caiu a ligação.
O carro então emborca para a direita –é que o motorista largou essa mão do volante para teclar novamente o número perdido. Consegue a linha; corrige em seguida a própria rota, girando à esquerda. Talvez pratique iatismo nas horas vagas.
Não sabemos nada a seu respeito, claro, pois ele está protegido pelo insulfilme. Assim, não apenas ouve mal e fala com dificuldade, como também enxerga pouca coisa.
O homem do celular era minha maior angústia até pouco tempo atrás. Surgiu outra, contudo, até pior. Refiro-me aos ciclistas.
Dez da noite, numa avenida movimentada, três deles tangenciaram a direita do meu carro; eu, barbeiro confesso, tentava ir pela faixa da direita para dar passagem a um ônibus que, saindo do túnel à esquerda, logo teria de cruzar várias faixas para entrar, por sua vez, na faixa da direita reservada à sua circulação. Enfim, é complicado.
Os três que eu quase abalroei tinham muita pressa, e medo também. Precisavam juntar-se ao grupo, de mais de 50, que fazia seu passeio noturno.
Passeio? Ao contrário dos motoqueiros, é verdade que o ciclista não está ali a trabalho. Está fazendo loucuras por um motivo nobre. Ele se manifesta politicamente. Afirma que você, o motorista, é um imoral, um cretino, um reacionário, um destruidor do planeta.
O fato de ele ter razão não aumenta, naturalmente, minha simpatia pela causa. Não gostaria, entretanto, de atropelá-lo. Sinto quase como se ele me forçasse a isso.
O motoqueiro, ao menos, faz barulho. O ciclista é insidioso, frágil, secreto. Conspira contra o carro: confia no poder das massas –às dezenas, e logo às centenas, conquista a faixa do ônibus, entre os quais se esconde, e conquistará as outras.
Não sei andar de bicicleta. Mas já me vejo tendo de aderir ao movimento. O motorista nada pode –moralmente, tecnicamente, geracionalmente– contra os jovens da bicicleta. São rápidos demais, ousados demais, não ligam para ninguém –até porque nem usam celular.
Segundo o código de trânsito brasileiro os veículos maiores são responsáveis pela segurança de veículos menores. Se não é possível ultrapassar o ciclista com segurança e proteger a vida dos indefesos no trânsito, mesmo que por imprudência dos outros, deixe de dirigir, pois certamente vc se envolverá em algum acidente.
Errado, os ciclistas devem também respeitar todas as leis de trânsito e não se acharem donos das ruas e fazerem as barbaridades que fazem. Já passou da hora da mídia ver os dois lados da moeda e parar de fazer média com esses folgados bikers.
Conta para nós quais são essas tais “barbaridades” todas, Dum.
Pedale nas ruas seguindo estritamente as leis do CTB (que falam das bikes mas foram escritas para os carros) e depois conte pra gente a sua experiência, Dum.
Em Sorocaba a Prefeitura criou ciclovias e incentiva o uso da bicicleta. Acho bom: o transporte é saudável, econômico e ajuda o planeta. Entretanto, em nossa cidade as ciclovias sacrificaram as calçadas e os pedestres perderam o espaço. Eu, que já fui atropelado por um ciclista sobre a calçada, ouvi várias reclamações, inclusive de uma senhorinha que trabalhou aqui em casa, que disse ter sido humilhada por um ciclista, que se sentia dono da calçada-ciclovia e a expulsou do lugar. Como motorista e motociclista bastante experiente posso afirmar: a convivência entre veículos e bicicleta é complicada; é difícil enxergar esse veículo nos retrovisores de um carro (a exemplo da moto) ou desviar rapidamente quando se depara com uma bicicleta em velocidade muito menor à sua frente. As ciclovias deveriam ter traçado próprio, mais seguro para todos.
Vai chegar a hora que vão criar uma multa para o pedestre que achou de sair de casa para o trabalho bem na horinha que o ciclista, feliz da vida, cruzava avenidas e calçadas!
Nas várias matérias sobre ciclistas, o costume é passar a mão na cabeça deles. Falta dizer que eles precisam de muitas regras obrigatórias. Uma, simples, não existe: chapa de identificação na bicicleta. Como nas motos e nos carros. Caso faça alguma besteira (e muitos fazem), o ciclista poderá ser punido. Nada mais justo
Para não falar em um capacete obrigatório, e não aquele pedacinho de isopor colorido que eles amarram na cabeça!
Pois eu conheço gente que já teve a vida salva por esse pedacinho de isopor colorido.
Sugiro que você tire o pó e a ferrugem de sua bicicleta que está guardada há anos (se é que você já não a deu para o porteiro do prédio) e saia para um pedal usando um capacete de motociclista. Depois conte pra gente sua incrível experiência.
Vou acreditar que a ciclovia tem fundamento prático no dia em que um estagiário sair do Tatuapé e conseguir chegar de bicicleta na empresa onde bate ponto lá na Chácara Flora, sem perda de tempo, sem subir e descer morro e sem chegar suado igual tampa de marmita. Até lá é coisa de Playboy que quer dar uma volta na Bike enquanto os outros trabalham.
onde assina?!
Seu texto cumpre bem o papel de uma crônica humorada, destacando características específicas dos atores do trânsito e construindo caricaturas. É claro que esse teatro cotidiano deveria levar a uma reflexão mais profunda sobre a origem comum do todos os problemas que enfrentamos no momento em que saímos de casa seja a pé, de bicicleta, de moto, de carro, etc. Não é preciso filosofar muito para concluir que o problema maior é a exiguidade do espaço público em todas as instâncias. São calçadas estreitas e esburacadas, ruas idem, transporte público insuficiente, falta áreas verdes (parques e praças) e pouquíssimas ciclovias.
Mesmo morando em São Paulo, consigo utilizar a bicicleta como meio de transporte todos os dias. Em meia hora vou de casa para o trabalho seguindo um percurso bastante seguro. Uso a bicicleta em São Paulo há mais de 30 anos e também usei em cidades onde o espaço público é mais amplo e respeitado (Cambridge, Londres, Hamburgo, Toronto, Nova Yorque, Melbourne, Amsterdam, Paris) . É um fato que a bicicleta pode ser uma alternativa de transporte para algumas pessoas. Vejo cada vez mais pessoas usando a bicicleta para ir trabalhar ou passear.
Na minha opinião (otimista) o debate atual sobre o uso da bicicleta leva naturalmente ao debate sobre o espaço público que por sua vez faz parte de um processo civilizatório. Estamos (ainda) fazendo essa transição já realizada em outros países.
Acho que esse processo civilizatório é irreversível (a menos de pequenas oscilações locais) e resta à pessoas como você apenas retratá-lo, em suas humoradas caricaturas, ou talvez fazer reflexões explicitamente mais aprofundadas. De qualquer forma, reafirmo que a caricatura no seu texto de hoje estava bem divertida.
Muito bom comentario. Pesoalmente vejo o ciclismo mais como uma atividade de lazer, pois como solução geral acho inviável. No Rio, faz mais sentido que São Paulo, pois a maior parte da cidade (na parte urbanizada) é plana, mas mesmo assim, se todo mundo sair da Zona Sul para o Centro, a atual ciclovia não comportaria o tráfego. Para não falar na hipotética ciclovia da Avenida Brasil.
Acho que precisamos nos perguntar é se hoje teríamos realmente que nos deslocar tanto para trabalhar. Enfiar-se em um escritório o dia inteiro faz sentido para quê? Para um chefe te olhar? Com tanta facilidade de comunicãção, por quê saimos todos para o memso lugar todas as manhãs? Melhor seria perguntar-se por quê as pessoas precisam deslocar-se tanto, na mesma hora e na mesma direção? Isto sim seria progressista! E nossas ruas ficariam ociosas o suficiente para comportar o trânsito de ciclistas.
Mais gente pedalando e indo de ônibus ou até mesmo de taxi, liberaraim as ruas mais rapidamente, até mesmo pra quem precisa usar o carro.
Velha estratégia de polemizar para justificar sua coluna. Lamentável é utilizar a “velha” cantilena de atribuir exageros a quem nunca teve seus direitos garantidos. É assim com os ciclistas… com os gays… etc. Que ditadura dos bickers, que ditaruda dos gays?? Quando foi que eles tiveram o mínimo respeito em suas opções?
Pare com esse chororô de minorias, Beto. Só pare. Já encheu o saco essa histeria de ong pra lá, movimento não-se-de-que para lá. Se esse chororô fosse revertido em ações favoráveis à TODOS, sem distinção, estaríamos, talvez um nível acima. Pedalo desde sempre, e tempos atrás, durante uma bicicletada aqui em Curitiba, estava com o carro parado esperando que os ciclistas passassem (não participo desses eventos da bichogrilagem xiita universitária) fui verbalmente agredido por vários deles. “Porco motorizado”, disseram. Porra, logo eu que faço quase TUDO pedalando! Pedalar é uma coisa, impor que isso seja uma REGRA, desmerecendo quem faz outras escolhas é tão estúpido quanto aquilo que eles tanto são contra. MENOS.
Dia desses quase fui atropelado por um ciclista “politicamente correto”, detalhe, em cima da calçada. Se não bastasse os motoqueiros, os motoristas, agora têm os ciclistas. E nós pedestres, quem nos proteger?
Concordo com você, Jaime. Já perdi as contas de quantas vezes estive na berlinda dos ciclistas, sendo um simples pedestre.
Temos, os pedestres, a calçada e a faixa de travessia. Os ciclistas, além do leito carroçável (a pista), podem subir na calçada, trocar o sentido de direção da via, furar o sinal fechado, estacionar no meio fio, prender a bicicleta em postes e nas passagens sinalizadas para deficientes físicos… Enfim, as regras não escritas permitem-lhes tudo, pois a bicicleta é um meio de transporte que não polui. Entende? Andar a pé também não polui, mas isso não é ser nobre: é ser pobre. Não tenho carro por opção e curto andar a pé ou o usar os transportes coletivos (gosto de conhecer pessoas lá, todos os dias). Sou simpático à causa da bicicleta, mas não a vejo como um meio de transporte eficaz: não gosto muito da ideia de chegar todo suado ao trabalho, tendo pedalado por 30 minutos. E quando chove no meio do trajeto? E se, no final do dia, você resolve mudar o que pretendia fazer e ir para outro lugar, de carona com algum amigo: fazer o que com a magrela? Em suma, é politicamente correto defender a bicicleta e azar de quem for contra.
Marcelo, gostei bastante do texto. O trânsito, já é sabido, é um reflexo, uma amostra, de nossas possíveis relações com os outros: níveis de agressividade, infração das regras, adesão a limites, respeito e tolerância… possíveis gafes ou barbeiragens… e muito mais. Além disso, há outra relação interessante que vejo neste texto e que não deixa de ter a ver com alguns textos anteriores, que é a mudança das ideias no tempo. Mas, a título de prosa, sabe que nunca reparei em homens de chapéu no trânsito?
Muitos de vocês deveriam apenas da uma consultada rápida no Código Brasileiro de Transito e descobrir que as bicicletas sao consideradas veículos e devem trafegar nas vias, alias com prioridade em qualquer movimento que fizer. Simples assim, o Código busca a valorização da vida e nao a defesa desenfreada dos carros. Já ouviram falar em cidadania?
Difícil falar em cidadania quando a maioria sequer tem educação.
Incrível a distorção do momento. Quem ousa pedir prudencia e respeito ao ciclista, que se prepare no mínimo, para ser taxado de retrógrado. O comentario da Carolina foi perfeito: em Pádua pedalam ” com o cel na mão, sobem calçadas”, os motoristas e pedestres é claro, que tratem de se virar! E a cidadania seletiva, a última moda! Você vai ficar de fora?
Mimimi
Sofia, se “em Pádua pedalam com o celular na mão, sobem calçadas”, então que permaneçam lá. Aqui, existe um código de trânsito que deve ser respeitado por motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres. E na boa: a “última moda” deveria ser respeitar as leis. Ponto final.
e isso ai eles nao respeitam ninguem andam contra a mao e tudo o mais que respeito eles tem com os outros para ser respeitado tem que se respeitar o culpado somos nos que nao cobramos o total cumprimento do codigo de transito, todos tem direito a opiniao ser contra e a favor e esse contra e a favor ser respeitado o resto e balela
Disse bem, só está faltando motociclistas, motoboys, ciclistas e etc. serem multados por desrespeito às leis de trânsito, ah e também o DENATRAN aumentar em muito o valor de multa para quem dirige falando ao celular, que tal acima de R$600,00?? Acerta no bolso e quem sabe, reduziremos acidentes decorrentes de seu uso.
Todos são preconceituosos, os mais xiitas, pelos cometários parecem ser os ciclistas. Querem desmoralizar a reportagem por um erro de concordância. Isso não anula a ideia central. Acho ótimo bicicleta, adoro. As vezes trabalho 72 horas continuas, tenho que atravessar a cidade em mai de 42km em apenas 40min. (contando vias principais). Faço isso de carro, uma batalha diária e desumana. Que opções os estado me deu? Nenhuma. Não tem metro, ônibus demora, motocicleta eu morreria, bicicleta eu morreria não aguentaria andar 42 km em 30 min, carro tem transito. Enquanto vocês ficam ai discutindo que biclicleta, carro, Pogoboll é melhor…Os dirigentes que causaram o caos nao estão nem ai com o povo e voces ficam se matando. Com certeza as bicicletas sao mais silenciosas que as motos, quem em sã consciencia vai negar isso? Isso aumenta o risco de nao ser visto ou ouvido pelos carros. O número de atropelamentos por carros elétricos é maior pq eles não fazem barulho. Eu acho que o Pogoboll é o melhor modo de transporte e vcs que usam biciletas e carros e metro e onibus e helicopteros, barcos, jetski, skate, patins são Loosers. hahah
Você já pensou em mudar para mais perto do trabalho? Ou mudar para um trabalho mais próximo da sua casa?
Bicicleta é pra pobre e tah cheio de pobre em sp que tem a cabeça chata ou tah ficando…
Comentário criminoso.
Pô Feliciano, vai falar suas asneiras na sua igreja!!!
Antes que eu esqueça: coisa para pobre é comprar gol usado em 36 vezes. Aliás, pobre e burro. E muitos tem a cabeça redonda mesmo, viu?
aposto que essa nunca trabalhou patricinha de merda
“O motoqueiro, ao menos, faz barulho”. Então, o filhote de asno que escreveu este artigo quer mais barulho? Já não basta o barulho existente nas nossas cidades? Não seria muito mais sensato o motorista prestar mais atenção à direção? Não acredito que este indivíduo tenha passado por um processo de seleção para ingressar nos quadros de um jornal tão conceituado como é a Folha. De duas, uma: ou ele entgrou pela janela, ou tem algum parente lá, e é disso que o seu falso pudor o impede de falar.
Caro, cabeça de melão! Não queremos mais barulho, quando vc dirige um carro tem que prestar atenção em mil coisas simultaneas: buracos, motoboys, outros motoristas, assaltantes, radar, faixa de cruzamento, pedestres distraídos, todos os outros motoristas distraídos e, não sendo isso suficiente, ainda tem as bicicletas silenciosas. Portanto mais difícil de se notar. Não se trata de falta de atenção. No escuro é mais fácil ver um carro com farol aceso ou apagado? Se trata de física e fisiologia humana. Por favor, estude, estude muito. Procure o ET Bilu para te dar conhecimento. Rarara. Ninguém quer barulho, acho que o único que quer é vc por não ter idéia do que esta falando.
Ou você acredita piamente que os motoristas acordam de manha e pensam: “Ah, que belo dia para se atropelar um ciclista!”.
Não seja maniqueísta, estude!
zzz
Quem usa bike em cidades Da Europa, sabe que nao vai ver ciclista na contra mao, nas calcadas, sobre as faixas de pedetres, furando farol. O respeito o a falta dele marca o comportamento nas ciclovias, ciclistas sem nocao passam em alta velocidade como se estivessem em pista de treino, entao o que comentar, ha varios tipos de carater entre a categoria. Qual dominara??
Prezado Marcelo Coelho,
De todas as críticas que poderiam ser feitas ao seu texto, limito-me a lhe dizer que, sinceramente, não consegui entender se houve algum propósito dissertativo que pudesse contribuir de alguma maneira para a reflexão dos leitores desse espaço. Discutir problemas relacionados à mobilidade urbana me parece, sim, muito relevante, mas apresentar um desabafo típico de uma classe média que se julga acuada e desprotegida me parece desnecessário.
Com relação a algumas passagens:
“Loucuras por um motivo nobre” pode se chamar também prática desportiva. Há pessoas que trabalham 2 turnos e treinam seriamente. Não podem, portanto, se dar ao luxo de pedalar nas ciclofaixas de domingo (onde, diga-se de passagem, seu braço pode ser arrancado e jogado ao rio).
O que você chama de simpatia pela causa pode ser entendido também como respeito à legislação. Inexistindo faixa exclusiva para ciclistas, a bicicleta deve se mover na pista da direita, na mesma direção dos carros. O ciclista, por sua vez, deve portar equipamentos de segurança e sinalizar a bicicleta com luzes e refletores para que ela possa ser vista a distância. Ciclistas que não respeitam isso são tão imprudentes quantos os motoristas (embora o prejuízo seja significativamente maior para os primeiros).
Estou certo de que ciclistas, assim como a maior parte das pessoas que estão tentando se deslocar nas ruas das grandes cidades, não são sádicos que saem de casa com o objetivo de provocar a dor alheia; tampouco são masoquistas em busca de aventuras que provoquem a dor própria. Infelizmente, motoristas são, sim, cretinos e imorais, assim como motociclistas que buzinam e levantam o pé para arrancar retrovisores, motoristas de ônibus que forçam a entrada na pista excluisiva, pedestres que atravessam entre os carros e ciclistam que zigzagueiam na frente dos carros ou andam rapidamente na calçada de pedestres.
Dá mesmo para escolher apenas 1 inimigo? E seria ele realmente o ciclista?
No Brasil os ciclistas, estão no mesmo patamar das vacas na Índia, são sagrados e intocáveis.
sua mãe está nesse mesmo patamar!!!
kkkkkkkkkkkk Djalma 1 x 0 Raphael
Não sabe andar de bicicleta e nem escrever, como se verifica ao primeiro parágrafo no qual, primariamente, concordou o verbo com o sujeito singular, apesar de o objeto estar no plural.
Simploriamente ateve-se a concordar com o artigo indefinido singular, preocupado em não flexionar o verbo com o grupo de sujeitos do qual um selecionara. Não se poderia esperar que escrevesse grande coisa.
Sinceramente este jornal deveria selecionar melhor seus “membros do conselho editorial”. Péssimo exemplo de cidadania deste autour. Certamente é mais um daqueles que quando vêm à Europa acham exotico ver que as pessoas utilisam a bicicleta como meio de transporte. Que dira então das cidades que para apaziguar o transito decidiram de limitar à velocidade à 30 km/h ? Ironicamente em São Paulo vc não precisa desta lei pois os longos engarrafamentos nao permetem que sua maquina mortifera se desloque a mais de 10 km/h
Na verdade esses idiotas de bicicletas acham que podem tudo. Pedalam em bandos e ocupam faixas de transito que não deveriam. Querem praticar esporte? vão para qualquer estrada vicinal, de chão batido claro!!
Que artigo fuleiro e sem fundamento. Que ridiculo. Vai escrever isso em paises como a Dinamarca por exemplo, onde TODO mundo em boa saude anda de bicicleta, com exceçao de pessoas muitos idosas, bebe, mulheres gravidas. Que artigo de pessima qualidade, escrito por um ignorante autoritario!
Não vou ser grosseiro como você, mas acho que vc, sem querer, mostrou a besteria que disse: Comparar Dinamarca com São Paulo mostra que vc não conhece a Dinamarca, e provavelmente São Paulo também. A Dinamarca é totalmente plana e cortada por canais sinuosos, bem como sua capital Copenhagen que tem 1,2 Milhões de habitantes e 1,9 Milhão. São Paulo tem 10 Milhões, fora a região Metropolitana e parece mais um pente de ovos de tanto morro. Falar em ciclovia em São Paulo parece sonho de virgem bêbada. Faz tanto sentido quanto imaginar uma Radial Leste ou uma 23 de Maio cortando Copenhagen de ponta a ponta, cruzando seus canais. Só que os Dinamarqueses estão mais concentrados em resolver os próprios problemas, sem querer importar fórmulas prontas de outros lugares.
Caro Gustavo, foi ótima sua descrição da Dinamarca mas acho que você está totalmente equivocado quando coloca que o relevo é fator limitante para a construção de ciclovias. Esse ponto de vista simplesmente reflete seu pouco conhecimento sobre condicionamento físico, vida saudável e mobilidade urbana.
Para quem utiliza a bike como meio de transporte é bem melhor ter uma ciclovia na subida do que disputar espaço na faixa de rolamento com trogloditas obesos.
Aline, aqui não é a Dinamarca. Esse é o país no qual a reforma de um estádio de futebol chega a 1 bilhão de reais e é inaugurado pelo Luciano Huck.
Crônica horrível. Acreditar que “Os alcoolizados estão provisoriamente sob controle…” quando vemos tantas mortes causadas por embreagues é lamentável.
Ele fala da nova lei seca!
desde meus 7 anos até meus 18 anos sempre andei de bicicleta, opção barata e rápida para alguém que tem personalidade e foge do sedentarismo. Perfeito para quem busca sempre algo mais do que tem por seus próprios meios e energia, por 2 anos (16 aos 18) desbravava a av Paulista no horário de pico do Paraíso à Consolação todos os dias, era feliz e não sabia, não tinha compromissos com horários, mas sempre atrasado, apenas ansioso para chegar, contudo aos 18 comprei um carro e então vendi a bicicleta. Tem 14 anos que que nao ando mais de bicicleta, por falta de tempo, mas quando ficar “rico” que não tenha mais compromissos com horários, venderei o carro e comprarei novamente uma bicicleta para lembrar daquela felicidade de poder correr só por correr. Marcelo se quiser lhe ensino a andar de bicicleta e sentirá o que os ciclistas sentem
Ótimo Fábio!!! Bravo!!
Crônica de paisinho de 3o mundo mesmo. Quero ver voce escrever isto num pais decente, onde o respeito pelo ciclista é visto como algo fundamental. Infelizmente aqui no Brasil andar de bicicleta ainda é visto como uma modinha chique, inconveniente.
Testando
Eu moro na Itália, na cidade de Pádua, onde a bicicleta é o transporte preferido por todos. Homens de terno, freias, estudantes, todos pedalam e cometem muitas asneiras. Falar no celular? Coisa de principiante. Quem tem habilidade na bicicleta aqui fala no celular e na outra mão segura o guarda-chuva. Andam na contramão, sobem nas calçadas… Apesar de todo esse caos, que sou absolutamente contra, NUNCA vi nem sequer um acidente aqui (em 3 anos). A questão é que os motoristas da cidade são habituados com a presença das bicicletas e sabem exatamente como devem se comportar no trânsito.
e os idiotas de bicicletam podem fazer o que querem isto e civilisado
E desafiantes. Auto-desafiantes. VI a satisfação de um (menor) quando, saído do nada, me atravessou, no local de maior desafio em Brasília: O Eixão. Fiquel péssima, até o final do dia, e à noite A CENA ocupou meu sono.
Pois é, num mundo de egoístas nós vemos egoístas falado mal de egoístas e todos eles acreditam piamente que o mundo foi feito somente para eles próprios.
perfeito seu comentário!
os ciclistas nao passam de um bando de jovens que foram enganados e cairam na sedução dos fabricantes de bicicletas que até uns anos atrás estavam decretando falência. Bicicletas no meio de uma avenida movimentada em horário de pico deveria ser proibido.
kkk, inacreditável. seduzidos e enganados – de fato, são as propagandas de bicicletas recheadas com mulheres semi-nuas associadas e vontade de potência – quem tem motor faz amor?!
proibido deveria ser de existir pessoas como você “Marck”
Mark o seu comentário foi o mais idiota que eu tive o desprazer de ler hoje….Acorda para a vida, o mundo não gira em torno do seu “possante” nem da sua prepotência…
Voce já foi ultrapassado, eles usam celular sim. Inclusive entre eles!