Mais sobre o aborto
09/05/13 19:22Um adendo ao que escrevi sobre aborto na quarta-feira (ver post abaixo). O poema de Claudel se refere, de forma evidentemente mística, a um amor que existe por mim mesmo antes de eu ter nascido.
É preciso ter muita fé para acreditar nessa ideia, coisa que não tenho.
No fundo, acho que essa fé provém de uma cultura que não é mais a da modernidade. Trata-se de pensar mais ou menos o seguinte.
Somos criaturas de Deus. O mundo é coisa criada. Cada ser, vivo ou não, foi produzido por uma vontade, por um criador, por um Sujeito. Somos o Predicado, ele é o Sujeito.
A modernidade trouxe o que já se chamou de uma “revolução copernicana” a esse modo de pensar. Acreditava-se que o Sol girava em torno da Terra; graças a Copérnico, e depois a Galileu, demonstrou-se o contrário.
O humanismo faz do homem não mais o predicado, mas o sujeito de seu destino. Naturalmente, a religião cristã aceita o livre-arbítrio, mas isto não elimina a concepção de que o homem está dentro de uma ordem divina, à qual o certo é se submeter.
Eliminar o embrião, que veríamos como um direito da mulher, seria desse modo mais do que uma agressão ao direito à vida “do” embrião. Seria atuar contra um ato de amor de Deus, que tem “o” embrião, ou seja o que for que exista até “antes” dele, como seu objeto.
Imagine-se (isto é, eu, um moderno, imagino) a seguinte situação. Uma mulher grávida adormece e um médico psicopata injeta nela uma substância abortiva. Ela perde o bebê.
Para mim, essa é uma agressão inominável contra o direito que aquela mulher tinha de dar à luz a um filho. A pessoa atingida foi a mãe.
De uma maneira muito radical (uma vez que o aborto em caso de ameaça à saúde da mãe nem sempre é admitido, acho, pelos religiosos), o militante fervoroso anti-aborto acha que o maior agredido, no caso, foi o embrião. A mulher não perdeu a vida. O embrião sim.
Não consigo me convencer dessa visão.
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pesoal, estou fazendo um trabalho sobre o aborto, os pros e contras. Se puderem deem uma olhadinha la, mandem menssagens com opnioes etc.. qualquer ajuda é bem vinda.
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O casal, ou a mulher, tem o direito de optar ou não pelo aborto. A religião não deve interferir nas escolhas das pessoas, até porque ela (religião, igrejas, etc.), desconhecem as razões que levam as pessoas a tomarem suas decisões. Tudo pela fé não dá né?
Também não consigo me convencer desse argumento.Não posso me submeter a questões de fé por ser um homem sem fé.Aliás, homens que se dizem sem fé despertam muitas suspeitas nos que têm fé – por sinal, a grande maioria, já que quase todo mundo tem fé em alguma coisa-, vêm esses céticos como pessoas às vezes desumanadas, como se fosse impossível um humanismo de determinação materialista.Por outro lado, mesmo não tendo fé, considero-me alguém que cultiva a esperança, procurando discernir sobre a diferença entre possibilidade e probabilidade.Mas aí a questão extrapolaria os limites do assunto abordado.No fundo, para respaldar a posição anti-aborto deveríamos nos enfronhar em discussões teológicas.Porém, para mim, teologia tem mais valor como estética do que como filosofia funcional.Também sou condenado à crença na ciência, porque essa apresenta a possibilidade da limitação através da razão e da dúvida.Mas viver em dúvida, bem sabemos, é algo doloroso de se levar .