A máquina de gerar poder
18/06/13 12:02Leio alguns textos na internet sobre as manifestações.
O estudante Paulo Motoryn, do Movimento Passe Livre, escreve o seguinte na revista Vaidapé.
A juventude está mostrando que não quer compartilhar dos valores individualistas, consumistas e utilitaristas da geração de seus pais.
O grito dos jovens está longe de bradar contra os “mensaleiros”, contra a inflação, contra as políticas sociais de transferência de renda. O movimento é progressista por natureza e agora tem de saber lidar com uma ameaça feroz: a direitização.
O aparelho midiático que serve a esses interesses já foi acionado. A grande imprensa já está mobilizada para maquiar o movimento de acordo com um ideário conservador, por isso o povo precisa fazer seu recado ser entendido.
Na mesma linha, de forma mais engraçada e sectária, há o texto de Natacastro, no blog Café com Nata:
Não, reaça, eu não estou do seu lado. Não vem transformar esse protesto legítimo em uma ação despolitizante contra a corrupção. Não vem usar nariz de palhaço, não tem palhaço nenhum aqui. Agora que a mídia comprou a manifestação tu vem dizer que acordou?
O povo já está na rua há muito tempo, movimentos sociais estão mobilizados apanhando da polícia faz muito tempo. São eles os baderneiros, os vândalos, os que atrapalham o trânsito. Movimento pelo transporte, Movimento Feminista, Movimento Gay, Movimento pela Terra, Movimento Estudantil… Ninguém tava dormindo! Essa violência que espanta todo mundo não é novidade, não é coisa de agora. Acontece TODOS os dias nas periferias brasileiras, onde não tem câmera pra registrar ou repórter para se machucar e modificar o discurso da mídia.
Não podemos admitir que nossa luta seja convertida pela direita numa passeata contra a corrupção. Não é uma causa de neoliberais. Não é uma causa pelos valores e pela família. Não estamos pedindo o fim do Estado – pelo contrário! – Esse “Acorda, Brasil” não tem absolutamente NADA a ver com a mobilização das últimas semanas.
Acho que os dois textos estão certos e errados ao mesmo tempo.
O errado é pensar que alguém possui os “direitos autorais” de um movimento de massa. Se a coisa cresce, e passa a agregar novos significados, é inútil pretender que se mantenha a pureza do instante original.
O certo é que, de fato, os novos significados do movimento abrem um campo de disputa. A disputa não é feita apenas pelos órgãos de comunicação, mas dentro da própria passeata. Ontem, no Largo da Batata, havia gente com cartazes “de direita”, se quisermos, falando mal do PT e querendo que se dê bom uso ao dinheiro “dos meus impostos”. E havia gente contra o capitalismo, contra “Veja” e contra a mídia em geral.
O que é uma massa dessas na rua?
É, antes de tudo, uma Máquina de Gerar Poder. O poder está ali. O segredo da coisa, eu acho, está nas mãos de quem souber interpretar com exatidão o que está sendo dito. Se eu disser que sou contra o aumento dos ônibus, apenas, provavelmente eu estarei mantendo o purismo da manifestação, mas perdendo apoio. O mesmo se eu disser que a marcha é contra a corrupção petista.
O fundamental –lá vou eu falando como o velho gramsciano que eu nunca fui nem serei—é não alienar as possibilidades de apoio.
Ontem eu vi o Datena na televisão falando a favor do movimento e contra a violência policial.
É claro que isso irrita.
Mas não se pode deixar de receber isso como uma boa notícia.
A “Máquina de Gerar Poder” já conseguiu fazer o Datena –e todos os órgãos de comunicação—penderem a favor dos manifestantes.
A “Máquina de Gerar Poder” já fez a balança política pender para a esquerda –depois de tantas derrotas, que vão de Haddad dando as mãos para Maluf ao prestígio do Pastor Feliciano.
Que “a mídia” queira tomar conta do movimento é, nesse sentido, uma boa notícia.
A má notícia será se, por falta de liderança ampla e não sectária, o movimento se restringir à sua pureza original.
A má notícia, também, será se o movimento simplesmente repetir as expectativas habituais da classe média contra mensaleiros e contra impostos.
Para isso, é preciso uma liderança que saiba traduzir o momento em palavras e propostas que atendam as expectativas do maior número. Isso é política numa democracia, e em geral dá certo.
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