Os fascistas 'do bem'
14/08/13 03:00O vídeo circulou na internet. Dois jovens toparam com o pastor Feliciano num avião e resolveram se manifestar. Enquanto o deputado, famoso pelas opiniões homofóbicas, mexia no computador com aparente concentração, eles se levantaram, cantando “Robocop Gay”, antigo sucesso dos Mamonas Assassinas.
Estavam achando tanta graça na coisa que nem conseguiam cantar direito. Pediram aos demais passageiros que aderissem ao coro, sem muito sucesso. Ouve-se, no máximo, uma voz feminina fora do alcance da câmera.
Atrás de Feliciano, um homem sentado começou a se incomodar e pediu aos dois rapazes que ficassem quietos. Foi rapidamente hostilizado também: “Você é o guarda-costas dele?”.
O deputado, que já disse inconveniências sobre afrodescendentes e defende que psicólogos possam anunciar tratamento para a homossexualidade, mantinha-se impávido. A dupla não sabia bem o que fazer; recuar ou avançar?
Um deles avançou. Estendeu o braço, no que pode ser interpretado como uma tentativa de fazer carinho na cabeça do pastor.
Depois, eles desistem. O vídeo continua com uma entrevista de outra passageira, que cita Freud e critica, de modo razoável, a repressão sexual.
Pelo que diz minha sensibilidade para o assunto, os dois manifestantes não tinham jeito de gays. Talvez, se tivessem, eu não estaria escrevendo este artigo. Não sei.
Tinham, isso sim, as características claras do jovem fascista urbano brasileiro. A voz desarticulada, o espírito do oba-oba cervejeiro, o celular na mão e a ideia pronta na cabeça.
Não preciso dizer que tenho máxima antipatia por Feliciano e seus congêneres. O deputado ganhou a loteria ao se tornar presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. É exemplo do tipo de acordo surrealista que se faz para garantir a base parlamentar de apoio para o governo Dilma —e provavelmente qualquer outro que apareça no futuro.
Representa, com ridículo e insistência, a espécie de dinossauros de gomalina que prosperam na política brasileira. Será um fascista? Depende da definição.
Atrasado não é sinônimo de fascista, ignorante também não. Preconceituoso, conservador, racista, homofóbico —é possível ser tudo isso sem ser fascista.
Na minha definição, pelo menos, para ser fascista é preciso algo além disso. Cito alguns ingredientes.
Em primeiro lugar, a nostalgia da horda primitiva. O fascista está feliz em grupo; só age quando sente que a maioria está a seu favor. Ou melhor, age quando se sente protegido pela aprovação da maioria.
Fosse apenas isso, qualquer multidão seria fascista, o que não é verdade. Nem mesmo o uso da violência pode ser identificado ao fascismo. Revoltas podem ser violentas sem ser fascistas, o que não significa que eu aprove a violência.
Imagine-se, por exemplo, duas torcidas de futebol enlouquecidas. Entram em confronto. Dos dois lados, há selvageria, fanatismo, estupidez. O fascismo, a meu ver, aparece em outra ocasião.
Suponha a torcida de um time que acabou de ganhar o campeonato. Encontra, no meio da festa, uns quatro ou cinco adeptos do time derrotado. Não contente com a vitória, a torcida vencedora resolve hostilizar os perdedores. Hostiliza, xinga, cai de pancada em cima dos coitados —para lhes “dar uma lição”.
Isso, para mim, é puro fascismo, e não depende de nenhuma orientação ideológica. Trata-se de oprimir, em grupo, o derrotado, o minoritário, o sem defesa.
Os dois marmanjos do avião escarneceram de Feliciano porque se julgavam, com razão, em maioria naquele ambiente mais ou menos civilizado, onde haverá poucos homofóbicos militantes.
Há 30 ou 40 anos, é possível que fizessem o mesmo se algum transexual estivesse a bordo. Qual o propósito de hostilizar Feliciano? Puni-lo por ser quem ele é? Em nome de que minorias você se levanta da cadeira do avião e puxa um coro para avacalhar quem quer que seja?
Gostei de ver as faixas contra Feliciano nas manifestações de junho. Gostei das manifestações, também.
Mas o fascismo, por vezes, esteve por perto. Não porque —como dizem— muitos manifestantes “negavam os partidos políticos”. Uma tradição pacífica do anarquismo sempre desconfiou dos partidos, e não tem a ver com fascismo.
Foi fascista, entretanto, quem se juntou para quase linchar o PM Wanderlei Paulo Vignoli, na manifestação de 11 de junho. Por sorte, não eram tantos assim. Também por sorte, Vignoli não era nenhum Robocop.
Homossexual falando do que não sabe como se fosse intelectual…Só pode ser piada!!!!
FALAR DE FELICIANO HOJE DA MUITO AUDIENCIA E VÇ NÃO É BOBO, RESOLVEU ATÉ FALAR BEM DO EDIL, CAPITALISMO MISSERAVEL
Ridículo essa atitude desses caras….. Tome uma atitude dessa com um Gay….. ( é capaz dele chamar a policia, exercito, marinha……direitos Humanos kkkk… Temos que Rir né….
respeito é muito bom, faz parte da democracia.
Muito boa a análise do articulista. Não concordo com muita coisa que o pastor Feliciano fala/pensa, mas ele tem direito a ter a opinião dele.
Roberto, essa ditadura GAY que esta se instalando no Brasil não se permite opnião contraria.
texto lixo! não sou homofóbico, mas esses viados ativistas querem se impor diante da sociedade, fazendo barbaridades (como enfiar uma imagem de um santo no ânus do parceiro quando o Papa estava no Brasil), não querendo permitir opiniões contrarias! e o autor do texto compra essa ideia espúria, de inversão de valores e de ética…. perdi meu tempo.
Pois é, graças a essa galerinha ele vai ser reeleito com um número enorme de votos, quem viver verá.
Fato!!! com inimigos burros assim, quem precisa de amigos, né????
Fascismo atualmente é um insulto. Qualquer pessoa que não agrade a um articulista em particular é imediatamente tachado de fascista. Não é muito dificil compreender porque isso ocorre. Após o fascismo original italiano de Mussolini, muitos partidos “fascistas” surgiram pelo mundo, cada um desenhado a seu modo de maneira que a definição de fascismo se perdeu.
Se a gente retomar a definição original, do final da década de 10, que deu origem ao regime de Mussolini, veremos que o fascismo se estabelecia como um novo sistema político e econômico que combinava o corporativismo, o nacionalismo, o anti-comunismo e o totalitarismo em um novo tipo de estado, propondo unir todas as classes sociais num sistema capitalista de estado, o qual controlaria, como de fato controlou, as indústrias vitais. É preciso lembrar que Mussolini era socialista e muito do fascismo tem origem nas teorias marxistas. O discurso anti-comunista do fascismo era mais de conveniência política do que de postura ideológica. O comunismo era muito forte na Europa após a segunda guerra mundial. Mussolini reforçou seu poder negando o comunismo mas incorporou muitas de suas pregações na ideologia fascista
Nada do que está escrito neste artigo, nem em 99,99% das vezes em que se rotula uma situação ou pessoa como “fascista” tem algo, de fato, a ver com o fascismo. É curioso que o articulista afirma, em determinado ponto que “Isso, para mim, é puro fascismo, e não depende de nenhuma orientação ideológica”, desconsiderando o fato basilar de que o fascismo é, por excelência, uma ideologia.
Uma correção no segundo parágrafo .. o comunismo era muito forte na Europa após a PRIMEIRA guerra mundial ….
Parabéns pelo comentário lúcido, ao invés das imbecilidades que nos acostumamos a ler depois das ondas de manifestações que tomaram esse país pobre e ainda assim maravilhoso…Parece que o pessoal lembra do fascismo, pq é mais leve que o nazismo, mas ainda querem ofender determinada manifestação com esse rótulo…O sr. Feliciano, como deputado por ter tais tipo de opiniões, deveria ter seu mandato CASSADO, infelizmente esse é o país da impunidade também…Temos que nos contentar com o desagrado da população, que lembra o quanto a diversidade sexual é aceita, tanto que teve de lembrar ao nosso “EMÉRITO” deputado que tal questão é retratada de forma cômica – e correta – por uma banda que não está na ativa faz quase 20 anos…
Os “fascistas do bem”, tão bem descritos pelo sr. hoje na Folha, nos remetem a muitos outros, infelizmente. As últimas manifestações de líderes partidários “importantes” no país, por exemplo. Que um dia sim, e outro também, se esquecem de toda a pregação do discurso democrático. Ao invés do convívio saudável com o pensamento discordante, “fogo neles”. É oposição? Então é preciso ser extinta. Esse é o teor, sem nenhum cuidado, das falas desses senhores, donos do pensamento único. Donos do “bem” e de toda “bondade”, enquanto os olhares que disparam desmentem tudo.
Olá Marcelo, que bom que voltou e prá nos comtemplar com um texto perfeito!!!!!
Você nos faz falta!
Não há fascismo com essa disparidade: um é deputado e o outro é quem? Os exemplos dados pelo texto para explicar o termo não se sustentam. Não é? Esse sim é um texto “fascista do bem”.
Caro Marcelo Coelho,
O que é fascismo? Caso for muito para dizer aqui, poderias me indicar algo a respeito? (uma bibliografia a respeito)
Agradeço desde já.
Achei muito apropriado o texto. Essa foi minha opinião perante meus colegas e fui veemente reprimido. Antes de mais nada, não apoio o Feliciano, ele não me representa. Mas essa ditadura Gay ja encheu o saco…
Muitos brasileiros tem preguiça de buscar a informação e raciocinar em cima delas, acham mais fácil pegar um pensamento pronto exposto na mídia, que muitas vezes é tendencioso.
O mais engraçado é que muitas pessoas escutam boatos e ao invés de se informar sobre o assunto tomam aquilo como verdade absoluta, e chega a tal ponto de achar que a pessoa realmente informada é que está desinformada.
Seria cômico se não fosse triste…
não entendo qual o perigo que os outros passageiros teriam… Num pais civilizado e sério, jamais uma pessoa como Feliciano seria presidente da Comissão de diretos humanos e minorias com as declarações homofônicas e racistas. Me pergunto: que substância ingeriram as pessoas que apóiam Feliciano? Estas pessoas perderam completamente a capacidade de pensar!!!
A questão não é de minorias, mas, sim, de evidente falta de educação.
Caramba! Pelo andar da carruagem não vai demorar muito para que toda sociedade seja obrigada a ser e fazer o que os gays estão querendo impôr. Esse negócio de lutar por direitos iguais é tudo falácia. Na verdade, o que querem é criar um estado de inversão geral de valores. Será que receberei pedradas por expôr minha opinião tão claramente?
Quanto ao Feliciano, o cara vacilou bastante. Enquanto homem público, e mesmo que representasse seu eleitorado, devia ser mais estratégico ao abordar temas mais polêmicos. Apesar disso, tudo tem limite. E os rapazes que cometeram aquelas provocações hostis pisaram na bola feio demais. Só sei que sobre este assunto todos estão perdendo.
Excepcional análise, parabéns.
Não duvido que este Feliciano tenha pago pra estes caras fazerem isto no avião só pra se fazer de vítima. O cara á um lobo em pele de cordeiro, manipulador e desonesto.
E quero ver quem prove que estes dois dançando são mesmo gays. E mesmo que sejam, tentar dizer que todos os gays são iguais é o mesmo que dizer que todos os heteros são iguais, afinal a maioria dos assassinos e corruptos são heteros.
meu amigo os cara sao ativista não gay
O pastor Feliciano recebeu o que tem pregado diariamente: intolerância, preconceito.
Feliciano foi (e ainda é) alvo dos protestos que estão ocorrendo em todo o Brasil. Além de pregar a intolerância, esse deplorável senhor, prega também o racismo, com palavras ainda piores, contra negros e mulheres. Tudo isso gera violência. E as estatísticas estão aí: o no Brasil a violência contra gays cresceram assustadoramente.
E não para por aí: Feliciano defende (agora vai até ao ministro da Justiça, conforme afirmou a midia) o indefensável pastor Marcos Pereira, preso e acusado de estupro de menores, orgias, tráfico de drogas, enriquecimento ilícito e até HOMICÍDIO!
Portanto as manifestações, de todas as maneiras, continuarão contra este nefasto senhor travestido de pastor.
Texto completamente Tendencioso. Se o fato no avião fosse o contrário iam chover denúncias contra Feliciano. Os gays são iguais a mim, nem mais nem menos, então posso falar o que penso sobre eles sim o que não posso fazer é ridiculariza-los assim como esses dois rapazes heterofóbicos fizeram com Feliciano.
O Feliciano expressa o pensamento da grande maioria da população brasileira que não fala na frente de uma câmera o seu pensamento, pois temem ser massacrados pela mídia como o deputado, não acredita? é só fazer uma pesquisa sem se identificar como jornalista, como fez o CQC.
Foi feita uma pesquisa pela Internet na cidade de Mal.Cândido Rondon (PR). Resultado aproximado (de memória): 65% aprovam Marcos Feliciano; 25% desaprovam e 10% não tem opinião definida.
Creio que isto se projeta para o Brasil todo.
Jorge, invista algum dinheiro em um livro de estatística e estude um pouco sobre representatividade da amostra.
A pesquisa mostra apenas que Marechal Rondon deve ser uma cidade horrorosa de se viver.
“…Olho por olho, dente por dente,…”. Como nos ensina a Bíblia do pastor. Vulgo: colheu o que plantou, teve o que mereceu!!! Na verdade, não teve não, mas sua hora vai chegar! Nem que seja pra tu sair do armário!!
Isso não é fascismo. É radicalismo. Um radicalismo descabido, que comete crimes perante o estado de direito.
Hoje esse radicalismo por parte do ativismo gay, exorta seu lado mais nefasto. Reprime o pensamento contrário a sua causa, criar coerção de pensamentos e a liberdade de expressão. Não concordar com o ativismo gay, não é homofobia, assim como o ativismo gay tem a liberdade de ser contrária a religiosidade.
Hoje tudo se resume a um termo. Homofobia.
Tudo se resume a uma guerra de informações desencontradas, opiniões tendenciosas e defesa de bandeiras que ganham destaque por gerar mídia.
Tenho amigos homossexuais, bastante por acaso, e tenho certeza absoluta que eles não concordam com boa parte dos acontecimentos que os “ativistas gays” andam fazendo.
Quem quer respeito, prega o respeito. Isso que eles plantaram com o pastos, vai ser colhido por uma parcela da sociedade que votou e apoia o deputado, causando mais repulsa e descriminação.
É uma pena realmente, que o Estado tenha descambado para o radicalismo total em todas as esferas da sociedade.
os gays parecem fascistas mesmo,não aceitam opiniões contrárias às deles e só apoiam quem lhes apóia.e no fim o que me parece é que planejam uma ditadura gay perseguindo evangélicos e taxando de homóficos os que não aceitam a relação sexual iníqua.
Como disse uma vez uma professora a quem muito admiro: “muitas vezes quando falamos contra o preconceito é que mostramos o quanto somos preconceituosos”. Então, quer dizer que os gays perseguem os evangélicos? Sei. E você não é homofóbico, são os gays que têm relações sexuais iníquas. As suas são normais, creio.
Tenho contestado a forma indiscriminada que alguns utilizam o termo Fascista. Fica muito bem conceituada a concepção atual da ideia do que seria considerado o comportamento Fascista hoje em dia: oprimir, em grupo, quem está em minoria e sem defesa. Perfeito.
Realmente, devemos convir que não era lugar para protestos, porém a massa reage à uma ação prévia. Que maioria é essa para quem Feliciano prega, que justo no voo dele teriam opositores ? Sorte dele que a prosperidade dele não depende de mim. Está cavando a própria cova.
A cada dia que passa temo pelo futuro, pois, se qualquer um dos dois lados chegar um dia a presidência com tanto radicalismo, estaremos perdidos!
Parei de ler quando o Marcelo escreveu que Feliciano é culpa da Dilma. Eita Folha, perde o pelo mas não perde o vício.
A Dilma, assim como Feliciano foram alvos de protestos por todo o Brasil. Procure no youtube, há centenas de vídeos postados por lá.
Ana, a questão é o Marcelo força a barra para poder enfiar a Dilma no texto.
É uma prática corriqueira na Folha, Elio Gaspari já citou Lula no escândalo da Siemens/Alston.
Azar o dele. Eu não respeito político algum.
Essa conversa fiada de que é preciso aceitar políticos e partidos sob pena de ser fascista, para mim não serve.No Brasil não. Prefiro negar essa gente. Absolutamente nenhum deles me representa, como dizem.
Agora, eu não apoio essa bobagem desses aí. Não por ele,que para mim jamais será um cidadão normal. É político. Ele escolheu ser. Enfim, não apoio porque os outros ali não devem ser obrigados a presenciar seja lá o que for naquele local e momento. Estavam ali para , sentados, chegarem ao seu destino.
E até porque se eu estivesse sentado ali gostaria nem de saber da presença dessa figura política ignóbil .
Comportamento ridículo e perigoso, pois poderia ter colocado a vida de todos os passageiros em risco. Avião não é lugar para protestos, seja contra quem for. Num país sério sairiam direto do avião para a cadeia.
Colocado a vida de todos os passageiros em risco ? Menos, muito menos… não exagere !