O eterno masculino
28/08/13 03:00É sempre estranho que os heróis de histórias em quadrinhos tenham de usar algum tipo de uniforme. Qual a razão daquelas roupas inteiriças, daquelas capas bandeirosas e sungões tamanho GG?
Corrijo o pensamento, ao imaginar a alternativa absurda. Ninguém de paletó, gravata e chapéu poderia sobrevoar os céus de Metrópolis sem ridículo. Um Super-Homem de azul esvoaçante pode ser absurdo, mas seria ainda mais absurdo em roupagens civis.
Joaquim Barbosa talvez fosse menos implacável se o despojassem da toga de morcego. Verdade que outros ministros do STF, capazes de mostrar larga indulgência frente aos réus do mensalão, usam também a capa protocolar.
Só que, sentados, deixam que predomine o paletó comum, a camisa neutra, a gravata banalíssima. Os males da coluna forçam Barbosa a manter-se de pé. Pior que isso. Apoiado no espaldar da poltrona giratória, o presidente do STF parece uma águia no alto do penhasco, pronto para a arremetida fatal.
Não me estendo na comparação. Concluo que a roupa ajuda e volto ao tema dos uniformes dos super-heróis.
Nenhum mais absurdo, pensando bem, que o do meu preferido na infância. Tratava-se do Fantasma, “o espírito que anda”. Em plena selva do interior da Índia, ou talvez na África Equatorial, ele não tirava nunca a malha roxa, que lhe cobria a cabeça inclusive.
Por cima, o maiô de listras pretas em diagonal, do qual pendia o prosaico acessório de uma pistola automática, no coldre antigo. O mais estranho era a máscara, sumária como a parte de cima de um biquíni, mas que por alguma razão velava seus olhos atrás de uma borracha branca.
Naquela indumentária grudenta, meio de mergulhador, meio de Fanta Uva, o Fantasma sentava-se sozinho no Trono da Caveira, afagando seu lobo Capeto, e dava audiência a seus súditos —uma tribo de pigmeus, dotada de rei próprio, a quem distinguia um chapéu cônico de galhos secos, à guisa de coroa.
Com tudo isso, o Fantasma me parecia mais interessante do que Mandrake, Tarzã, Super-Homem e mesmo o Batman. Seria, provavelmente, mais “sexy” que todos esses rivais.
Tinha, também, aparência mais maligna. Cercava-se de caveiras; longe do ambiente urbano, na escuridão da jângal, cultivava a própria lenda.
Ao mesmo tempo, não tinha nenhum poder sobrenatural. Apenas a credulidade dos nativos —sempre ela— cuidava de aumentar suas façanhas. Era tido por imortal. Mas não; representava apenas o último descendente de uma dinastia que há 400 anos, com o mesmo uniforme, jurara combater os malfeitores daquelas bandas.
Teria voado até as nuvens para derrotar um gigante de dez andares. Não, não. A própria narrativa dos quadrinhos ironizava a licença poética dos selvagens. No máximo, esmurrara um gângster grandalhão.
Claro que, destituído de superpoderes, o Fantasma se tornava ainda mais formidável aos olhos de um menino. Representava o luxo de uma completa autonomia; era realista em seu delírio; não tinha nada com que contar, exceto a imaginação dos pigmeus que o seguissem.
Sai nas bancas, pela editora Pixel, um livro com as primeiras histórias do Fantasma. Com história de Lee Falk e desenhos de Ray Moore, a saga dos “Piratas do Céu” foi publicada pela primeira vez em fins de 1936.
Embora a publicação da Pixel se apresente como o primeiro volume de uma série, já pegamos a aventura pela metade. Nessas 126 páginas, em quadrinhos bem pequenos, o herói está às voltas com uma quadrilha composta exclusivamente de belíssimas aviadoras.
Eu tinha a impressão –mas pode ser devido a versões posteriores– que os desenhos do Fantasma fossem menos primitivos. Os movimentos do herói são rígidos, os enquadramentos se prendem ao convencional, as expressões faciais caem no tosco e no amadorístico.
Eram só isso aqueles quadrinhos? Não. A aventura tem boas reviravoltas, e todas devido a um só fator: a inconstância do sexo feminino. Várias vilãs –sempre lindas– se apaixonam sucessivamente pelo herói. Ele as manipula como quer, mesmo que na maior parte do tempo algemado e atrás das grades.
As aviadoras se dividem, brigam, reconciliam-se, traem-se umas às outras. Não apenas um colonizador levando paz às tribos primitivas, o Fantasma também triunfa, intacto, sobre tantas sedutoras. É o eterno masculino. Talvez por isso mesmo não dispense o collant roxo e o maiô listradinho.
I cannot thank you enough for the blog post.Much thanks again. Great.
I am so grateful for your article.Really thank you! Keep writing.
I think this is a real great blog post.Much thanks again. Really Cool.
wow, awesome article.Thanks Again. Much obliged.
I think this is a real great blog post.Really thank you! Really Great.
Major thankies for the post.Much thanks again.
Very good blog. Awesome.
Really enjoyed this article. Keep writing.
I appreciate you sharing this post.Thanks Again. Want more.
Looking forward to reading more. Great article.Much thanks again. Fantastic.
I loved your post.Thanks Again. Awesome.
I think this is a real great article.Much thanks again. Really Cool.
Thanks again for the blog article.Really looking forward to read more. Will read on…
wow, awesome article post.Much thanks again. Awesome.
Muchos Gracias for your blog post. Keep writing.
Great, thanks for sharing this blog post.Much thanks again. Really Great.
Hey, thanks for the article.Really looking forward to read more. Cool.
This is one awesome blog article.Much thanks again. Really Great.
Awesome article post.Really thank you! Awesome.
Very good article post. Really Cool.
Great, thanks for sharing this article post.Really thank you! Fantastic.
I loved your blog.Really looking forward to read more. Really Great.
Im thankful for the article.Really looking forward to read more. Really Cool.
This is one awesome blog post.Much thanks again. Will read on…
A big thank you for your blog article.Really thank you! Cool.
Thanks a lot for the article post.Much thanks again. Really Great.
I really enjoy the article post.Really looking forward to read more.
vvJewA Im grateful for the article post.Really thank you!
Belo artigo. O Fantasma ainda é meu personagem predileto dos quadrinhos, sendo um verdadeiro símbolo de virilidade.
nasci em 1937 e na minha infância adorava o Fantasma. Quero afirmar que aquele anel que o Fantasma usava era o máximo para mim.