O homem da fibra ótica
17/09/14 02:00Depois de vários colapsos, estou esperando que instalem a fibra óptica da internet aqui em casa. Mas reclamar desse tipo de coisa é cansativo. Não vale usar o espaço do jornal para advogar em causa própria.
Faço, primeiro, alguns elogios.
Como todo mundo, fico nervoso com o “call center”, e me confundo teclando opções e mais opções a respeito do serviço “que eu quero solicitar”. Mas uma coisa me desarma e tranquiliza.
As atendentes, pelo menos numa empresa, têm o mais maravilhoso sotaque mineiro. Tudo se torna calmo e racional com essa pronúncia. Não há pressa, claro. Nada se processa com a velocidade de que gostaríamos. Mas não há moleza tampouco.
Na escuridão da linha telefônica, imagino a paisagem recolhida e pausada dos cerros verdes, cobertos de neblina e musgo. No ar, cheirando a fogão de lenha e ainda fresco da manhã, suspende-se a esperança (“um momento, por favor”), como os doces balões de junho parados numa tela de Guignard.
Serão todas mineiras as moças da TIM? No próprio nome da companhia, há algo de tímido e diminuto, que evoca as terminações típicas do sotaque regional. Em vez de “Joãozinho”, é “Joãozim” que se fala.
Podem também ser mineiras as atendentes da Claro. Penso em quartzos, turmalinas, caxambus. É a limpidez de águas serenas que se cristaliza em fibra óptica.
Não entendo de eletrônica, mas quero acreditar que, em vez de impulsos elétricos, o novo cabeamento virá em forma de luz. Vale esperar, portanto –ao menos pela poesia da coisa.
E se for a Vivo? Também aqui a mineirice do nome diminui a minha belicosidade de paulista. O mineiro é matinal e desperto; se são esquivos os seus modos, isso não é dubiedade, mas cortesia. “Mais um momentim, p’favôh.” Há vivacidade, com efeito, mas não açodamento, nesse jeito de omitir as vogais.
Tudo vai dar certo, tenho certeza, ainda que o homem da instalação não chegue. Essas empresas sabem das coisas. Devem ter escolhido Minas de propósito para ser a sede do atendimento geral.
Um segundo elogio. Antigamente, era inútil: o dia e a hora marcada não tinham como ser levados a sério. Muitas vezes fiquei de plantão, sentinela de fuzil em punho, sem sinal do inimigo, muito menos sinal no cabo da TV.
Na verdadeira febre de modificações que acomete a minha vida digital, verifiquei um ganho de pontualidade nesses prestadores de serviço. Há os que, por determinação da empresa, chegam com protetores de pano nos sapatos, como se estivessem entrando numa UTI.
Certo, pois em quase todo apartamento há veias entupidas, estreitamentos coronários, escleroses capazes de inviabilizar o mais moderno wireless. A eletrônica, como a medicina, é ainda uma mecânica.
Luto pela minha sobrevivência digital, enquanto as empresas lutam pela sua. O modelo estatal das telecomunicações não tinha como prosseguir, sem dúvida. O governo perdeu, ao longo de décadas, sua capacidade de investimento.
Mas quando me ligam todo dia propondo novos combos e descontos, confesso que a livre concorrência também é capaz de incomodar um bocado. Acabo me acostumando; antes dizia que nada me interessava, hoje escuto e vou aderindo a todos os planos possíveis. Sou cliente simultâneo de várias marcas; quando uma pifar, tenho outra. Estatizei o meu consumo.
De qualquer modo, o modelo da livre concorrência continua guardando semelhanças com o sistema estatal. Um exemplo. O homem da fibra óptica trabalha para uma empresa terceirizada. Não consigo, entretanto, contratar eu mesmo o homem da fibra óptica.
Tenho de ligar para a TIM, a Vivo ou o que seja, passar por toda a burocracia das teclas, das confirmações, das esperas e dos CPFs, para que de lá, das profundezas de Minas, determinem ao homem terceirizado da fibra óptica que passe no meu endereço. Ele não chega; sua Kombi parou entre o Tucuruvi e a Anhaia Melo.
A quem reclamo? À central de tudo, que me conduzirá aos corredores e subdivisões dos que querem novos serviços ou interromper os que já tinham; dos que querem falar sobre a TV, ou o celular, ou o fixo, ou sobre o homem da fibra óptica. Não há um centralismo estatal em tudo isso? Estou na fila de uma espécie de cartório telefônico, vivendo a ilusão da modernidade.
Paro por aqui. Tocaram o interfone, que ainda funciona. Deve ser o homem da fibra óptica; ele está chegando.
“My dear Mrs. Budd,
In 1894 a friend of mine shipped as a deck hand on the Steamer Tacoma, Capt. John Davis. They sailed from San Francisco for Hong Kong China. On arriving there he and two others went ashore and got drunk. When they returned the boat was gone.
At that time there was famine in China. Meat of any kind was from $1 to $3 a pound. So great was the suffering among the very poor that all children under 12 were sold for food in order to keep others from starving. A boy or girl under 14 was not safe in the street. You could go in any shop and ask for steak — chops — or stew meat. Part of the naked body of a boy or girl would be brought out and just what you wanted cut from it. A boy or girls behind which is the sweetest part of the body and sold as veal cutlet brought the highest price.
John staid there so long he acquired a taste for human flesh. On his return to N.Y. he stole two boys one seven, one 11. Took them to his home stripped them naked tied them in a closet. Then burned everything they had on. Several times every day and night he spanked them — tortured them — to make their meat good and tender.
First he killed the 11 year old boy, because he had the fattest ass and of course the most meat on it. Every part of his body was Cooked and eaten except the head — bones and guts. He was Roasted in the oven (all of his ass), boiled, broiled, fried and stewed. The little boy was next, went the same way. At that time, I was living at 409 E 100 st., near — right side. He told me so often how good Human flesh was I made up my mind to taste it.
On Sunday June the 3rd 1928 I called on you at 406 W 15 St. Brought you pot cheese — strawberries. We had lunch. Grace sat in my lap and kissed me. I made up my mind to eat her.
On the pretense of taking her to a party. You said Yes she could go. I took her to an empty house in Westchester I had already picked out. When we got there, I told her to remain outside. She picked wildflowers. I went upstairs and stripped all my clothes off. I knew if I did not I would get her blood on them.
When all was ready I went to the window and called her. Then I hid in a closet until she was in the room. When she saw me all naked she began to cry and tried to run down the stairs. I grabbed her and she said she would tell her mamma.
First I stripped her naked. How she did kick — bite and scratch. I choked her to death, then cut her in small pieces so I could take my meat to my rooms. Cook and eat it. How sweet and tender her little ass was roasted in the oven. It took me nine days to eat her entire body. I did not fuck her though I could of had I wished. She died a virgin.”
Albert Fish
A Melhor das Notícias
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O jornalista, de óculos, terno, gravata e pasta na mão, caminhava pela calçada. Um tiro de fuzil atravessou-lhe o crânio. Seu cérebro espalhou-se pelo canteiro de uma lanchonete que, no momento, encontrava-se fechada.
Um repórter, engomado, cabelo na moda, todo fitness, jantava com sua esposa em um restaurante chique, aclamado pelo público de alta renda e frequentado por pessoas conhecidas da mídia. Tomou dois tiros, um na barriga, outro na testa. Caiu de cara no prato caríssimo, criação de um célebre chef televisivo.
No trânsito, dentro de sua Mercedes branca, o homem nervoso suava um pouco, devido à lentidão do tráfego, que agora estava totalmente parado. Era um conhecido apresentador de um programa policial sensacionalista que ocupava as tardes de um infame canal de tv bem popular. Levou um tiro de escopeta, bem à queima-roupa, estilhaçando o vidro lateral em centenas de pedacinhos e destruindo sua cabeça, que explodiu com o impacto do projétil, lambuzando praticamente todo o interior do veículo com sua massa disforme.
Começou assim, foram sendo assassinados, um por um, com intervalos cada vez mais curtos, todos os profissionais de imprensa do país. Num dia era o redator de um jornal desconhecido, noutro era a âncora da tv, reconhecida por todos. Foi-se extinguindo a espécie. Todo mundo foi acostumando. Virou rotina. Aos poucos, a tv foi parando de dar notícias, os jornais cessaram suas circulações, os portais internéticos desapareceram completamente. Uma paz reinou em território nacional.
ÓTIMO CONSELHO PARA AUTOAJUDA ! UMA BOA OPÇÃO TAMBÉM É TECLAR NO CANCELAMENTO DA ASSINATURA, ELES ATENDEM RAPIDINHO. QUANTO A OUTRAS PROPOSTAS DE CALL CENTERS, DIGO QUE “ELA ESTÁ VIAJANDO”: NY, PARIS, ROMA, GRÉCIA, ITÁLIA, ETC. – JÁ DEI A VOLTA AO MUNDO.