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Marcelo Coelho

Cultura e crítica

Perfil Marcelo Coelho é membro do Conselho Editorial da Folha

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Concurso pelo youtube

Por Marcelo Coelho
10/02/12 11:38

A Orquestra de Pittsburgh, que não é tão pouca coisa assim, começou um concurso no youtube. O músico que quiser ser solista num concerto com a orquestra põe seu vídeo no site e o público vota no melhor. A votação começa dia 13 de abril, mas os aspirantes a solista já começaram a postar.

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O mistério do Stradivarius

Por Marcelo Coelho
09/02/12 23:11

Para quem gosta de desfazer os mitos e fetiches que cercam a música clássica, eis uma notícia curiosa, que saiu na revista Diapason deste mês.

Uma pesquisadora francesa convidou 21 violonistas para avaliar o som de seis instrumentos. Eles tocaram os violinos, com vendas nos olhos, e borrifos de perfume para disfarçar o cheiro.

Deveriam escolher qual o melhor, entre três violinos modernos de altíssima qualidade e três antigos (dois Stradivarius e um Guarnieri).

Os músicos não chegaram a conclusão nenhuma. Mas o instrumento que menos os agradou, na média, era um Stradivarius.

Mas isso não impede a possibilidade de que, se soubessem que estavam tocando um Stradivarius, talvez tocassem melhor.

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Os Descendentes

Por Marcelo Coelho
08/02/12 22:12

“Os Descendentes” ganhou cinco indicações para o Oscar: melhor filme, melhor diretor, melhor montagem, melhor roteiro adaptado e melhor ator (George Clooney).
Não torço a favor. Todos os atores de “Os Descendentes” mereceriam ganhar o Oscar; todos, menos George Clooney. Na verdade, ele parece desperdiçar as chances de uma boa atuação no papel do pai de família angustiado, tentando se relacionar com as duas filhas enquanto a mulher está em coma no hospital.
A ideia é que ele tem de se comportar como um tipo decente, enquanto todos os coadjuvantes fazem coisas desagradáveis e se mostram insensíveis. Grandes coadjuvantes, de fato: a filha mais velha, evoluindo da revolta para a cumplicidade (Shailene Woodley); o namorado da moça, um garoto retardado emocionalmente, ou apenas capaz de dizer todas as cretinices das quais nos arrependemos mais tarde na vida (Nick Krause); o sogro, velhote de maus bofes e com inveja da riqueza de Clooney (Robert Forster); até o médico que dá as más notícias sobre a mulher de Clooney é excelente.
Todos sustentam a ideia mais simpática do filme, que é a de mostrar que mesmo pessoas capazes de atos muito agressivos e estúpidos são capazes de mostrar, com a mesma sinceridade, afeição bonita pelo próximo.
A ideia é um pouco melosa, reconheço, e a direção de Alexander Payne resolveu acentuar isso ao máximo, com uma incansável guitarra havaiana pontuando a inexpressividade de Clooney enquanto o mundo desaba e se reconstrói à sua volta.
O problema é que enquanto a “mensagem” do filme tende para o sentimental, cada episódio da história não resiste a ter toques (aliás bem bons) de comédia. Os qüiproquós, os mal-entendidos e as respostinhas dos personagens são irônicos e bem-sacados. Cada personagem, tirado do filme, teria um ótimo papel numa comédia, mas o filme não quer ser uma comédia.
A continuada agoniada da mulher de Clooney no hospital (tudo poderia ter sido mais coerente se ela tivesse morrido no começo do filme) contradiz o tipo “comédia familiar”, no gênero “Papai Sabe Tudo”, a que o filme, e o próprio Clooney, estariam mais adaptados.
Clooney não pode ser engraçado, mas não pode tampouco ser desastrado e rude como os demais personagens. Ele é boa pessoa e está sofrendo. Em diversas cenas, podemos imaginar uma quantidade de pensamentos e emoções contraditórias tomando conta do personagem. No meio das contradições, Clooney fica paralisado, com a mesma cara de George Clooney de sempre.
“Os Descendentes” sofre de uma desorientação total quanto ao que pretende ser –e se houvesse um anti-Oscar de direção, Alexander Payne seria o meu palpite de barbada.

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Saquinhos plásticos

Por Marcelo Coelho
08/02/12 21:46

Um trecho do artigo publicado hoje na “Ilustrada“.

O velho saquinho gratuito não deixa saudades. Quantas vezes não se rompeu, esparramando molho de tomate e xampu no chão do elevador? Uma fissura mínima naquela pele esbranquiçada se alargava em menos de um minuto; desventrava-se o conteúdo. Pior se o saco plástico estivesse carregando o lixo da cozinha.
Vale lembrar uma diferença com o sistema alemão. Da primeira vez em que fui ao supermercado, agi como brasileiro, isto é, com inocência. Ainda assim a inocência me favorecia, o que também é comum com os brasileiros. Ou seja, não sabia que cobravam pelos saquinhos. Estavam espalhados, como aqui, no balcão do caixa, e peguei os de que precisava.
Ninguém reclamou. Ninguém me disse que era preciso pagar. O preço não vinha incluído no papelzinho do caixa.
Do mesmo modo, nos Estados Unidos, costuma-se pegar o jornal numa caixa de plástico e deixar o pagamento ali mesmo, sem ninguém para verificar se o consumidor é ladrão ou não é.
Na biblioteca do Instituto Goethe, onde eu fazia um curso, também não havia funcionário para ver que livro eu tinha retirado, e quando iria devolvê-lo. O professor, um jovem alemão politicamente correto, explicou o sistema para a classe heterogênea em que eu estava matriculado.
“Confiamos em vocês”, disse para aquele grupo de turcos, gregos, paquistaneses, brasileiros, italianos e filipinos. “Peguem os livros que quiserem e devolvam depois de uma semana.”
Ele não tinha lido, provavelmente, os últimos artigos sobre a essência canalha, animal, egoísta e cruel do ser humano. Naquela época não estavam tão em moda.
De qualquer maneira, o sistema dava certo; ou porque os mais desonestos não se interessavam pelos livros da biblioteca, ou porque a tão vilipendiada “natureza humana” costuma reagir bem quando é bem tratada.

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O sonho de Eike Batista

Por Marcelo Coelho
08/02/12 00:14

“É fácil estar diante de um projeto e vaticinar que não vai dar certo”, diz o maior empresário brasileiro, Eike Batista, no seu livro “O X da Questão”.

Ele tem, é claro, muitas histórias de sucesso para contar –e tudo deu certo até agora. Mas, para este modesto aplicador de dinheiro em fundos que não dão trabalho nem trazem risco, o livro de Eike Batista desperta mais preocupação do que entusiasmo.

O estilo é objetivo, seco, germânico (o nome dele, como de seus irmãos, vem da origem alemã por parte de mãe). Frases curtíssimas, pouca atenção à anedota e ao detalhe, conferem aparência de sobriedade ao relato.

Só que os lances de êxito contados por Eike Batista, em que pese toda a sua capacidade empresarial, parecem terrivelmente fundados na pura sorte.

“Acredito na sorte. As circunstâncias externas, alheias ao negócio, aquelas que escapam até mesmo a uma visão abrangente, me favoreceram em momentos-chave,” diz ele. E continua:

“Não me vejo diminuído em nada ao admitir os bons ventos como aliados. Um bom exemplo foi minha ‘vitória pessoal’ contra a malária. [Eike negociava in loco com os garimpeiros de Alta Floresta, norte do Mato Grosso]. Meus cuidados se resumiam a não pescar na beira do rio por volta das quatro ou cinco horas da tarde e tomar um gole de cachaça com alho. Eu rompia com a lógica de relaxar com a pescaria depois de um dia de trabalho. Ao contrário dos demais, me escondia numa casa que havia cercado de telas. E tomava lá meu gole de cachaça com alho.”

Isso é confiar um bocado na própria sorte.

A fortuna de Eike começou com sua confiança no potencial da mina de Alta Floresta; ele apostou, com muita pesquisa sem dúvida, na possibilidade de tirar ouro de lá com mecanizando o garimpo. Deu certo; mas era uma aposta altíssima, “com as bênçãos de Cortés e Pizarro”, como diz um capítulo do livro.

Outra aposta foi numa mina do Chile, “de grande potencial, cercada de toda sorte de entraves”. Havia um rolo jurídico que, segundo especialistas, demoraria dez anos para ser resolvido. Era preciso trazer água de uma distância de 150 km. Era loucura, mas deu certo.

O fato de ter dado certo, e continuar dando certo até agora, não significa que possa dar daqui para a frente. Para um Eike Batista, outros cem, talvez tão trabalhadores e inteligentes, quebraram a cara. A sorte, ou a estatística, confere a uma pessoa o sucesso que as demais não obtiveram.

Volto à frase inicial. Muita gente não acreditava nos projetos de Eike Batista, diz ele. Mas “no instante em que o dinheiro se misturou ao sonho, as pessoas se encantaram… Todos ficaram boquiabertos quando a Anglo American desembolsou U$ 7 bilhões em participações da MMX… O valor de mercado da companhia alcançou cerca de US$ 10 bilhões. Em apenas um ano e meia, a MMX havia se valorizado mais de seis meses.”

Eike conclui: “é o que chamo monetizar um sonho”.

Monetizar um sonho? O termo é interessante, mas não me considerarão muito espírito de porco, espero, se observar que “monetizar um sonho” é exatamente o que faz todo especulador, quando sobram dólares para investir.

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Tintim

Por Marcelo Coelho
03/02/12 22:47

Para quem se diverte com os filmes de Indiana Jones (ou seja, todo mundo, mas eu nem tanto), arrisco a dizer que “Tintim”, a animação de Spielberg, não fica muito atrás.
A ação não para nunca, e apesar de tudo ser só desenho, há tensão real em alguns momentos (como, por exemplo, quando a hélice de um monomotor ameaça cortar o famoso topete do herói).
A época (algum momento em meados de 1930) também aproxima Tintim do mundo de Indiana Jones. Hidro-aviões, países exóticos, bandidos cujo máximo de periculosidade é uma metralhadora: certo internacionalismo pré-globalização, talvez, faz de qualquer viagem uma aventura, e cada país, cada cidade, cada lugar, algo que não é apenas a cópia mal-feita dos shopping-centers da metrópole.
O exotismo, como sabe qualquer leitor das histórias de Hergé, corresponde a uma especial mistura de humor, mistério e banditismo. O malfeitor árabe ou chinês é ao mesmo tempo perigoso e engraçado; o estranho é assim dominável, não sem algum medo.
Verdade que os vilões do filme, baseado em “O Segredo do Licorne”, no caso são ocidentais. E que os personagens mais ridículos –como sempre em Hergé— são “do bem”: os policiais Dupond e Dupont, e a soprano Bianca Castafiore. Faltou o professor Girassol nesse filme –que aliás já anuncia uma continuação em breve.
Fidelidade à história de Hergé não é tudo: uma grande fidelidade visual aos quadrinhos se realizou com maestria nos estúdios de Spielberg.
Ao mesmo tempo, “Tintim” quase não é uma animação. Fora algum nariz mais exagerado, tudo parece quase tão real quanto um filme de verdade. Navios, guindastes, carros, cidades –tem-se a impressão de que nada é de brinquedo.
Com isso, Spielberg segue admiravelmente o espírito de Hergé: as histórias de Tintim são, sem dúvida, fantasiosas, mas não querem nunca passar por pura fantasia.
Os bandidos são “reais”, seus motivos são adultos (há mesmo traficantes de ópio entre os inimigos de Tintim), e dão tiros de verdade. Ao mesmo tempo, o soco de um rapaz franzino é capaz de derrubá-los ao chão.
Essa linha fina entre realismo e fantasia corresponde bem, creio, à idade em que a gente começa a gostar mais dos quadrinhos de Tintim. Penso nos 8, 9, 10 anos. Eu, pelo menos, já não me contentava como o mundo fantástico dos animais falantes ou de Peter Pan, mas também não estava preparado para histórias policiais mais crescidinhas.
É a idade em que o menino já abandonou a maior parte de suas fantasias, exceto a de querer ser adulto antes do tempo.
Precisamente o que a idade indefinida do herói está a representar. Menino, mas não criança, Tintim vive a vida adulta mas ainda não cresceu completamente.
Num filme que não é filme, mas sim animação, ou, se quisermos, numa animação que é quase filme real, Spielberg traduziu, na própria técnica, a delicada ambiguidade cronológica do herói.
Ficou bem bom.

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